Eixos da Programação

ELLA
ellalisboa
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4 min readSep 12, 2019

Como nos organizamos para debater? Conheça os eixos que vão nortear a programação do ELLA Lisboa e que nos guiam no debate sobre os feminismos

📌 O mundo é nosso

O poder será o elemento de reflexão que guia este eixo. Quais são as lógicas a partir das quais opera o patriarcado para sustentar uma lógica que o legitime? Nós mulheres viemos ocupando todos os espaços da política, de gestão pública, a academia, os sindicatos, etc. Mas esta presença massiva não se traduz em um maior acesso aos espaços de tomada de decisão ou manejo efetivos de recursos (materiais e simbólicos).

Como mudar essa realidade? Como gerar uma nova forma de fazer política que não reproduza os modos hierárquicos, autoritários e masculinizantes do fazer político?

O mesmo debate sobre a economia do cuidado, a invisibilização do trabalho das mulheres em um tempo de crise global serão parte deste eixo.

📌Hackeando o patriarcado

Entendemos a comunicação e a cultura como armas fundamentais na disputa simbólica e de imaginários que nos permitirá transformar os sentidos comuns e avançar na revolução feminista.

Da mídia de massa a massa de mídia: o patriarcado dirige a grande tela, precisamos de mais narrativas feministas, linguagem inclusiva, cuidado editorial.

A disputa simbólica feminista tocará os âmbitos da educação, cultura, comunicação, ciberfeminismo e tecnologia.

📌 Feminismo do fim do mundo

Este eixo pretende nivelar os debates, pontos de encontro, continuidades e desafios que enfrentam os feminismos como aposta política para a construção e disputa de novas subjetividades em todos os planos.

Debates que também são internos e apostam em construir um feminismo que reconheça e celebre a diversidade como novo paradigma para a prática política que pretende revolucionar tudo, em todos os âmbitos. Trabalho sexual, racismo, mulheres migrantes, transfobia, mulheres em situação de rua, encarceradas ou periféricas, em instituições de saúde mental, com HIV. Feminismos populares, à margem.

📌 Violência contra as mulheres, lésbicas, travestis e trans, ou entre nós nos cuidamos: como enfrentar a violência machista

Em nosso dia a dia como mulheres (lésbicas, travestis e trans) nos encontramos com diversas situações de violência: assédios, abusos, ameaças, feminicídio. Vivemos rodeadas de violência machista. Está moldado e contornado por um contexto de desigualdade estrutural. O poder patriarcal, vê ameaçada sua hegemonia e gera ações para nos “ensinar”.

E nós, o que fazemos quando nos violentam? Quais ferramentas temos? Estamos sós? Vamos juntas? Onde começa, onde acaba a violência?

Em contextos de imigrantes, o tema central deste ELLA, quais outras violências vivemos? A violência é igual para todo tipo de feminilidade?

Neste eixo nos juntamos para desnaturalizar relações e práticas violentas que vivemos diariamente. Para construir ferramentas de autodefesa e cuidado coletivo, para caracterizar as possibilidades conquistas no estado e as limitações que este nos faz confrontar.

📌 Meu corpo, minhas regras

Auto-cuidado, prazer, cura, sexualidades, amores, poliamor, auto-determinação, aborto, maternidades e crianças.

A construção social da identidade das mulheres tem sido condicionada por processos que regulam de maneira fragmentada o corpo.

Frente a todas as agressões que o patriarcado exerce, seja mediante relações românticas daninhas, distintos tipos de violência sexual, ou a negação das nossas próprias formas de prazer e de nos relacionarmos com nossos corpos, são necessários os espaços para falar de nossas sensações e sentimentos, rompendo com todos os tabus e obrigações patriarcais.

Por isso, neste eixo, falamos abertamente sobre o gozo e afetividade, desde a relação com outros corpos dentro de um plano de igualdade e consenso até a relação com nosso próprio corpo. Busquemos desfrutar baseadas no exercício da autonomia e autoconhecimento, com sentido total da liberdade na tomada de decisões e escolhas.

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