O olhar sobre nosso ser

E o autoconhecimento como defesa para nossa essência interior.

Denise Maliska
Espaço livre do oculto
4 min readJun 13, 2019

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studies of the fetus in the womb — Leonardo da Vinci

Aquele na moral de olhar pra si mesmo. Revelar as expressões faciais de suas marcas, manter as entranhas propícias da máscara cuidada.

Todo dia se lapida, não é mesmo? Quando ao acordar, assim que se abre os olhos, naquele meio segundo do despertar se encontra a íntegra verdade!

O eu

Famoso de tanto se buscar, conhecido por ser tão complexo…

Quais serão os aspectos mais infindáveis que a natureza nos reclama, o intrínseco dos acontecimentos e tudo o que está a nossa volta. Entre tantos meios, fatos e até relações profundas por linhas filosóficas, um entre-meio disto tudo se encontra em aspectos religiosos.
Certamente, conseguimos encontrar ferramentas para buscar tudo o que nos conecta com o aprofundamento de si mesmo.

Dion Fortune em seu livro Autodefesa Psíquica, fala sobre o
autoconhecimento como a ferramenta mais eficaz para proteção de ataques e rompantes neuróticos. Porém, qual seria o mecanismo mais eficaz para um ataque?

Segundo a mesma, há dois modos: Medo e Desejo.

No Alfabeto do Desejo de Austin Osman Spare, estes dois sentimentos tão distintos possuem uma relação mútua. Uma boa analogia seria com a dos irmãos gêmeos bivitelinos. Tanto o Medo quanto o Desejo nascem juntos, possuem a mesma origem e características(placentas) opostas. Podemos dizer que eles se manifestam através do conjunto de fatores do inconsciente, que dependem de um fator externo(ou agente manifesto no tempo presente), seguindo para o estímulo sensorial, e através desta correlação atingimos o ápice da exaltação do sentimento, que automaticamente gera a reação, ou experiência.
Tanto um quanto outro são “ativados” através desta ponte:

INCONSCIENTE _FATOR EXTERNO_ESTÍMULO_MANIFESTAÇÃO

— EXPERIÊNCIA CONSCIENTE

Quando conseguimos entender esse mecanismo, todo o conjunto de aspectos relacionados com o medo e desejo conseguem ser controlados e melhor interpretados. Fatores externos são basicamente símbolos, aspectos físicos que se comunicam psiquicamente conosco, nos tirando daquela abordagem assertiva e nos introjetando para a passionalidade do sofrimento.

O desejo está totalmente conectado com a inveja e a sexualidade. Entretanto, há controvérsias quando falamos da relação entre ambos em nossa psique e da sexualidade como canal de manifestação do mesmo.

A inveja é uma exaltação de nossos medos, mas eu não a considero como um sentimento. Se entendemos o mecanismo apresentado anteriormente, a compreensão de como a inveja se cria e é percebida, está relacionada com um bloqueio e repressão apenas do desejo, onde acaba por se intensificar o seu oposto(medo), criando um aspecto antagônico de ódio. Voilà!
Chegamos no clímax de nossa argumentação, onde o amor se encaixa totalmente dentro de todos os aspectos de ambos — a concepção é gerada a partir da opressão de um destes sentimentos, onde podemos perceber emoções como tal.

Mas e o ódio? Se oprime o desejo, então obtemos o oposto do Amor.

Relaciono uma tríade principal de nossos aspectos mais introjetados na própria natureza: AMOR_DESEJO_MEDO

Quando se consegue entender a essência dos três, podemos anular um com o outro. Mas, imaginemos que cada um destes sentimentos possuem um universo único, e dentro deste universo existem galáxias, estrelas e corpos celestes. Ao todo se completam, e assim produzem o que conhecemos como alma. O núcleo da vida.

Se intuímos o Desejo, e o imaginamos como um universo, possuindo suas respectivas galáxias, e o associamos igualmente com o centro da Via Láctea, que condensa toda energia primordial em um buraco negro, onde é sugado ou transferido para outra esfera, ou dimensão, então podemos pensar no Desejo e nas emoções aos quais ele gera como o mesmo recurso, em que se condensa em um único ponto gravitacional, energeticamente criando campos magnéticos opostos e resultando na própria dualidade característica, como a inveja e a cobiça.

Mas, se agora imaginarmos que a Teoria do Multiverso, o Alfabeto do Desejo de Spare e nossa argumentação estão interligadas, o Amor seria a essência de todos os universos, mesmo na Tríade citada anteriormente, ainda se poderia pensar que há um sentimento que germina primeiro. Podemos pensar na analogia com as Dimensões e o Tempo no universo.
Obtemos a resposta sobre a ligação destes três aspectos humanos, onde a essência seria o que se sobrepõe sobre os multiversos e a nossa pedra filosofal psíquica é o Amor. O que poderia estar acima, que também está embaixo?
Os sentimentos possuem a mesma lei hermética que o cosmos, sendo assim estamos tão interligados com o tempo quanto as dimensões estão com os universos.

Não podemos fugir da verdadeira essência, pois tudo é conectado nela, se observamos a natureza, entendemos nossas origens.

O Próprio Universo ao qual pouco conhecemos é um livro de páginas e páginas sobre a origem da vida, e sobre como ela funciona.

Deni Maliska

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Denise Maliska
Espaço livre do oculto

Escritora e poetisa. Escrevo, linhas, devaneios e tudo o que me resta. Sem mais descrições.