[Cobertura Inovação Elo Websummit Rio] Confira o que aconteceu no dia 2
Chegamos ao segundo dia do Websummit Rio!
Confira o resumo do Dia 1 aqui.
Confira o resumo dos dias 3 e 4 aqui.
Quem teve a oportunidade de ir presencialmente ao evento sabe o quão desafiador é organizar a agenda para conseguir acompanhar os conteúdos, passar nos stands das empresas e startups, e conectar com empreendedores e profissionais do mercado que circulam pela feira.
Se podemos falar que um tema anda tirando o sono dos executivos e trazendo discussões profundas sobre ética, moral e velocidade, esse tema é Generative AI. Todos nós conhecemos as maravilhas que o chat GPT e outras aplicações da tecnologia podem trazer para as nossas vidas.
Mas todos nós questionamos também questões relacionadas ao futuro do trabalho, ao quanto nós humanos seremos substituídos e sobre os limites de privacidade e uso dos dados para que esses algoritmos fiquem ainda melhores. Não é a toa que algumas semanas atrás o empreendedor bilionário Elon Musk levantou em uma carta assinada por outros nomes poderosos sua preocupação com a velocidade que AI estava tomando e os riscos envolvendo isso.
"AI é melhor com privacidade" foi o tema discutido no palco principal com Chelsea Manning, reconhecida especialista de segurança, na entrevista conduzida por Leo Schwartz, repórter da Fortune. Na visão de Chelsea, nós estamos, no que ela usa como expressão, “quebrando as coisas rápido demais” sem discutir e avisar sobre as consequências, remetendo ao uso de dados dos usuários pelas grandes empresas sem a total consciência dos usuários sobre a finalidade. Ela traz a reflexão de que não é que o usuário não se importa com a privacidade. Nós fechamos as cortinas e trancamos as portas das nossas casas, certo? Porém, ela reflete que hoje as plataformas não são amigáveis o suficiente para que os usuários possam fazer essas mesmas escolhas de limitarem o uso dos seus dados. Chelsea vê que tornar a experiência do consumidor melhor para o gerenciamento dos seus dados é chave e que não é tarde. Em uma visão otimista, acredita que está na hora das pessoas não sejam mais reféns da internet, mas que elas possam achar sua liberdade nela.
Generative AI: vale a pena entrar no hype da tecnologia? Em um painel liderado por Rafael Coimbra, editor chefe do MIT Technology Review com a presença de Ben Goertzel, CEo da SingularityNET, Daniela Braga, CEO da Defined.ai e Itxaso del Palacio, partner na Notion, o tema foi discutido do ponto de vista de como o desenvolvimento da tecnologia não exclua pequenas empresas de tecnologia da jogada. O “preço dos dados” e de rodar as bases para treinar generative AI é caro, isso é um fato. Por isso, tem sido uma escolha comum de estratégia que as empresas escolham comprar outras empresas que já começaram seus desenvolvimentos ao invés de construir dentro de casa. Ao mesmo tempo, grandes empresas de tecnologia com capital para adquirir do mercado e com grandes budgets para desenvolvimento interno acabam saindo na frente. A discussão trouxe um ponto de preocupação sobre um gap enorme entre grandes empresas e grandes centros de pesquisa e o restante do mundo, e quais as consequências disso. Pequenas empresas estão criando produtos incríveis pois são muito mais ágeis, mas estão sendo comprados por grandes empresas e sendo mantidas isoladas para não se contaminarem. Uma oportunidade levantada foi trazer a descentralização que o uso da tecnologia blockchain possui para que o mercado possa usar e criar oportunidades generative AI mais acessíveis e independentes.
David Droga, CEO da Accenture Song, comenta na sua entrevista no palco principal em entrevista com Claudia Penteado do Valor Econômico que a vantagem competitiva mais importante para os próximos anos será a criatividade. Para David, criatividade é uma forma de viver, de ver as coisas, é sobre as pessoas e como nos conectamos com elas. Generative ai vai sim substituir ideação de novas soluções, desenvolvimento de código, assim como fluxos básicos de trabalho, mas não vai levar tudo. O que for excepcional, original vai continuar lá como parte do trabalho humano e indispensável. As oportunidades de nós humanos nos manternos relevantes estará conectado com a nossa capacidade de nos reinventarmos e sermos cada vez menos mecânicos e mais criativos.
No palco de Ventures, Claudio Rabin, editor chefe do portal do Bitcoin entrevista o icônico e sempre polêmico venture capitalist Tim Draper. Tim é um investidor conhecido no mercado por ter apostado muito cedo em unicórnios como Coinbase, Tesla e Skype. Iniciou a entrevista sobre “Crypto ainda é uma boa aposta?” mostrando a gravata com um lado escrito freedom and trust e outro o símbolo do bitcoin. Ele é um entusiasta do Bitcoin e investidor da moeda. Segundo ele, enquanto alguns tentam que cripto não aconteça tem muita gente no mundo que acredita nessa nova moeda transparente e descentralizada. Tim traz uma visão extrema da adoção do Bitcoin onde vê uma oportunidade dos governos adotarem a moeda na linha que países como Argentina e El Salvador fizeram. Porém, não comenta sobre os movimentos inovadoras que os bancos centrais têm feito em relação a criação das suas CDBCs.
Para fechar nosso resumo, vamos falar da entrevista sobre "O futuro do Pix e os caminhos do real digital" com Rodrigoh Henriques, Diretor de Inovação da FENASBAC. O banco central tem em sua agenda para o futuro os pilares de: competitividade, educação financeira e sustentabilidade.
A partir dessa agenda, existe o olhar constante em novas tecnologias que atendam essas vertentes. O Pix resolve toda a parte de instantaneidade de uma moeda eletrônica (esse é um problema ainda presente em outros países e que a stablecoin resolve como em El and Salvador e Bahamas). No Brasil, o desafio a ser resolvido é a programabilidade e inteligência da transação eletrônica onde a CBDC brasileira poderia ser aplicada.
Rodrigoh diz que não acredita na descentralização total proposta por alguns entusiastas de cripto.
