Com a volta da discussão sobre a realidade aumentada quais novas possibilidades já estão sendo imaginadas?

Emília Ribeiro
Elo — Tecnologia e Inovação
3 min readJun 22, 2023
Imagens divulgadas pela Apple

Na WWDC desse ano a conferência global de desenvolvedores, a Apple trouxe uma novidade que movimentou a internet e o mercado nas últimas semanas, um óculos de realidade mista/aumentada que com sensores consegue escanear o ambiente que o usuário se encontra e adicionar elementos em 3D com profundidade, desde a projeção de um filme com tamanho de tela de cinema a partir do seu quarto, a área de trabalhos interativas em espaços do mundo real, ou não. Uma tecnologia que requer investimento significativo e anos de desenvolvimento, que refletem no preço do modelo: US$ 3499 cerca de R$ 17 mil em conversão direta, mais caro que qualquer outro comparável.

Em menos de 3 semanas do anúncio do novo gadget de uma das marcas mais valiosas do mundo , já é possível notar uma movimentação nas pautas voltadas ao metaverso, que nos últimos meses não vinha sendo prioridade dos grandes veículos de imprensa e do mercado. Acredito que um dos grandes fatores que fez com que até o momento, a ideia não tivesse a adesão esperada a curto prazo, foi a falta de entendimento sobre os benefícios de usabilidade da tecnologia VR/VA . A falta de adesão em massa, gerou prejuízos e layoffs em departamentos focados no metaverso, e a partir do boom de IA degenerativa, onde chats e geradores de imagem que utilizam inteligências artificias foram noticiados como a grande revolução tecnológica do ano, trazendo uma sombra maior ainda para o tema. Com o lançamento do Vision Pro, nome dado ao produto da Apple, já vemos esse cenário mudando e inclusive reduzindo estigmas dos últimos meses.

O Vision Pro
Apple Vision Pro

Mesmo sendo uma introdução a tecnologia, já mostrou o potencial do que pode ser desenvolvido com ela , com suporte da Disney, NBA e Marvel apresentados no vídeo de anúncio entregam uma pequena amostra do que será possível a partir de um futuro próximo. Na última semana até mesmo o governo chinês anunciou um dos seus planos para a Web 3.0 concentrado nas principais dimensões tecnológicas do metaverso, com o objetivo de fazer avanços tecnológicos significativos em campos como conteúdo gerado por inteligência artificial (AIGC), e os olhares também se voltam ao Reality Labs, departamento da Meta que constrói a realidade virtual almejada por Mark Zuckerberg.

A expectativa dos investidores é a integração com IA, assunto que vem sendo amplamente discutido por analistas. Ainda há muito espaço para explorar os métodos interativos interessantes que podem ser gerados com o uso de chatbots, começam a ser imaginados cenários onde o chatGPT é usado como treinamento para melhorar performances sociais em uma festa e desempenho em entrevistas de empregos usando óculos VRs, por exemplo.

Tela projetada em um abiente da vida real
Exemplo de experiência imersiva proporcionada pelo Apple Vision numa sala de estar.

Desde uma esperada revolução no modo de imersão em jogos (que até então é o produto que gera mais lucros para esse mercado), integração com as novas Inteligências Artificiais e uma transformação para os modelos de trabalho híbridos, no mercado imersivo de colaboração multimodal, é esperado que a indústria alcance US$ 22 bilhões até 2030, representando quase 35% do mercado colaborativo total (software/serviços, colaborações em vídeo e hardware) segundo apontam pesquisas da ABI Research, empresa global de inteligência tecnológica.

Esse foi um dos momentos que as tecnologias Web3 despertaram curiosidade mostrando num curto espaço de tempo, o quanto um projeto de anos é importante e promove transformações a longo prazo. O hype gerado pelo anúncio da maça é inegável e mostrou o quanto o público quer fazer parte das novas possibilidades, já ouviu falar que o que move o mundo é a curiosidade?

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