Com a volta da discussão sobre a realidade aumentada quais novas possibilidades já estão sendo imaginadas?
Na WWDC desse ano a conferência global de desenvolvedores, a Apple trouxe uma novidade que movimentou a internet e o mercado nas últimas semanas, um óculos de realidade mista/aumentada que com sensores consegue escanear o ambiente que o usuário se encontra e adicionar elementos em 3D com profundidade, desde a projeção de um filme com tamanho de tela de cinema a partir do seu quarto, a área de trabalhos interativas em espaços do mundo real, ou não. Uma tecnologia que requer investimento significativo e anos de desenvolvimento, que refletem no preço do modelo: US$ 3499 cerca de R$ 17 mil em conversão direta, mais caro que qualquer outro comparável.
Em menos de 3 semanas do anúncio do novo gadget de uma das marcas mais valiosas do mundo , já é possível notar uma movimentação nas pautas voltadas ao metaverso, que nos últimos meses não vinha sendo prioridade dos grandes veículos de imprensa e do mercado. Acredito que um dos grandes fatores que fez com que até o momento, a ideia não tivesse a adesão esperada a curto prazo, foi a falta de entendimento sobre os benefícios de usabilidade da tecnologia VR/VA . A falta de adesão em massa, gerou prejuízos e layoffs em departamentos focados no metaverso, e a partir do boom de IA degenerativa, onde chats e geradores de imagem que utilizam inteligências artificias foram noticiados como a grande revolução tecnológica do ano, trazendo uma sombra maior ainda para o tema. Com o lançamento do Vision Pro, nome dado ao produto da Apple, já vemos esse cenário mudando e inclusive reduzindo estigmas dos últimos meses.
Mesmo sendo uma introdução a tecnologia, já mostrou o potencial do que pode ser desenvolvido com ela , com suporte da Disney, NBA e Marvel apresentados no vídeo de anúncio entregam uma pequena amostra do que será possível a partir de um futuro próximo. Na última semana até mesmo o governo chinês anunciou um dos seus planos para a Web 3.0 concentrado nas principais dimensões tecnológicas do metaverso, com o objetivo de fazer avanços tecnológicos significativos em campos como conteúdo gerado por inteligência artificial (AIGC), e os olhares também se voltam ao Reality Labs, departamento da Meta que constrói a realidade virtual almejada por Mark Zuckerberg.
A expectativa dos investidores é a integração com IA, assunto que vem sendo amplamente discutido por analistas. Ainda há muito espaço para explorar os métodos interativos interessantes que podem ser gerados com o uso de chatbots, começam a ser imaginados cenários onde o chatGPT é usado como treinamento para melhorar performances sociais em uma festa e desempenho em entrevistas de empregos usando óculos VRs, por exemplo.
Desde uma esperada revolução no modo de imersão em jogos (que até então é o produto que gera mais lucros para esse mercado), integração com as novas Inteligências Artificiais e uma transformação para os modelos de trabalho híbridos, no mercado imersivo de colaboração multimodal, é esperado que a indústria alcance US$ 22 bilhões até 2030, representando quase 35% do mercado colaborativo total (software/serviços, colaborações em vídeo e hardware) segundo apontam pesquisas da ABI Research, empresa global de inteligência tecnológica.
Esse foi um dos momentos que as tecnologias Web3 despertaram curiosidade mostrando num curto espaço de tempo, o quanto um projeto de anos é importante e promove transformações a longo prazo. O hype gerado pelo anúncio da maça é inegável e mostrou o quanto o público quer fazer parte das novas possibilidades, já ouviu falar que o que move o mundo é a curiosidade?