Identidades Digitais pelo mundo: adoção, segurança e desafios

Emília Ribeiro
Elo — Tecnologia e Inovação
4 min readOct 9, 2023

Depois da informatização do sistema financeiro, da internet, do Open Finance e tantas outras tecnologias que facilitam nosso dia a dia, a próxima onda de evolução que caminha em passos fortes é a Web3, com a possibilidade de tokenização das coisas, incluindo as identidades tanto no Brasil com a nova versão do RG que utiliza blockchain quanto no mundo.

Foto de George Prentzas na Unsplash

Dos documentos de identidade aos histórico médicos e fiscais, a lista de comprovantes que legitimam a individualidade de cada participante — ou candidato — do sistema financeiro atual é extensa. Além disso esses comprovantes são centralizados em ambientes físicos, dos papéis aos pdf’s, e geralmente requerem verificação física, como uma ligação de uma instituição financeira para um empregador para conferir a veracidade de um conjunto de comprovantes fiscais.

O que se vem percebendo é o movimento internacional de implementação e regulamentação das IDD’s, as Identidades Digitais Descentralizadas, que parte de soluções inovadoras baseadas em princípios de segurança e tecnologias avançadas de validação de identidade.

Em setembro de 2021 a Apple emitiu um comunicado em que anunciava os estados americanos inscritos para a adoção das carteiras de motoristas e IDs no seus sistemas de carteira digital, o Apple Wallet. “Para adicionar um ID estadual ou carteira de motorista à Apple Wallet, os clientes serão solicitados a digitalizar sua carteira de identidade física e tirar uma selfie, que é enviada com segurança ao estado emissor para verificação”, aponta o artigo. A solução também tem envolvimento da TSA (Transportation Security Administration) e já permite a utilização do recurso em alguns aeroportos.

O movimento também se estende pelo continente europeu, onde desde 2019 a comissão da União Europeia trabalha em medidas para a unificação de uma identidade digital para seus cidadãos, residentes e negócios que atravessem as fronteiras entre os países que compõem a UE. Na proposta, ainda é destacado o controle que o usuário terá sobre filtrar as informações que desejar compartilhar sobre si (dados, identidades, certificados, etc.). A carteira digital poderá ser usada até mesmo para empréstimos bancários, aluguel de carros, declarações fiscais e muitos outros.

Instituições como a The Linux Foundation Europe vem colaborando com o desenvolvimento de softwares open source para uma futura camada de interoperabilidade entre diferentes carteiras. O mais recente é o OpenWallet Foundation (OWF), que possibilita dar ao consumidor a liberdade de manter sua identidade e credenciais quando, onde e com quem quiser, reporta o jornalista Adrian Bridgwater para a ComputerWeekly. Além da OWF, em 2020 a Linux Foundation já vinha trabalhando em iniciativas baseadas nos modelos governamentais de operação de carteiras digitais, a Trust over IP (ToIP) Foundation surgiu para estabelecer uma troca confiável e fazer a verificação de dados entre quaisquer partes na Internet.

“Para trazer o que faltava no design original de modelo de internet”,

Jim Zemlin, diretor executivo da Linux Foundation sobre a ideia por trás do projeto em comunicado para a imprensa em Maio de 2020.

Desde 2021 empresas como a Bonifii, detentora da tecnologia MemberPass, e a GlobaliD, uma empresa de IDD com plataforma e carteira digital, vêm trabalhando em conjunto no desenvolvimento de credenciais verificáveis ​​para instituições financeiras com o objetivo de aumentar a inclusão financeira de não-bancarizados.

No último mês, eles comunicaram a conclusão bem-sucedida de uma PoC (proof of concept) hospedada na cooperativa de crédito estadunidense Lone Star Credit Union. O produto tem o objetivo de simplificar o onboarding digital para novos clientes, reduzir fraudes em processos administrativos e colaborar para a inclusão financeira através de uma plataforma de integração focada na comunidade, permitindo a substituição de processos manuais de verificação e entrada de dados por meio de um modelo repetível e sustentável que certifica as duas tecnologias para trabalharem com núcleos de bancos e cooperativas de crédito.

Os benefícios são muitos, mas para chegar em uma realidade onde as credenciais de um usuário sejam autenticadas e verificadas de forma globalizada ainda há um percurso desafiador pela frente, que já é percebido. Um deles é a dúvida de quando será possível a interoperação entre esses diferentes tipos de redes de validação das identidades descentralizadas. Em cenário ainda imaginário: fazer com que uma carteira de motorista brasileira digital e o departamento de trânsito dos Estados Unidos conversem entre si e validem o que for necessário, para o aluguel de um carro no exterior, por exemplo.

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