In·te·ro·pe·ra·bi·li·da·de: uma palavra do tamanho da sua própria importância para a nova economia tokenizada

Gabriel Rodrigues
Elo — Tecnologia e Inovação
3 min readMay 30, 2023

A constante evolução da tecnologia blockchain na última década, evidencia cada vez mais um caminho sem volta em direção a uma economia quase que completamente tokenizada. Nesse novo contexto, os tokens passam a representar grande parte daquilo que é transacionado entre as pessoas, indo além dos ativos puramente financeiros.

Embora essa realidade esteja cada vez mais próxima, temos de reconhecer que o momento atual é de transição. O mercado ainda está entendendo como essa nova economia funcionará, quais serão os impactos (positivos e negativos) para quem está na ponta e, principalmente, como conduzirá o processo de desmistificação de todas essas novidades tecnológicas que estão surgindo.

Dentro desse contexto, a interoperabilidade é uma das palavras-chaves quando falamos de uma potencial migração para um sistema econômico tokenizado, pois ela desempenha um papel crucial para a fluidez dessa etapa de transição. Além disso, também garante a comunicação simples e eficiente entre as novas redes que estão sendo criadas.

O surgimento de diversas redes blockchains com diferentes objetivos e características técnicas pode acabar dividindo o mercado em silos, dificultando a transferência de valor e a troca de informações até mesmo entre as próprias redes descentralizadas.

Soluções de interoperabilidade poderão resolver esse problema possibilitando a criação de um ambiente realmente interconectado. Isso significa que tokens de diferentes blockchains poderão ser negociados e transferidos sem grandes obstáculos e, consequentemente, teremos um ambiente econômico com maior liquidez e mais acessível à população através da fragmentação de ativos.

No entanto, construir uma infraestrutura interoperável não é uma tarefa simples. Existe uma série de desafios a serem superados como, por exemplo:

· a compatibilidade entre os diferentes tipos de protocolos através do estabelecimento de padrões de comunicação únicos;

· a manutenção dos níveis de escalabilidade e desempenho das redes sem prejudicar a eficiência no processamento de transações;

· a garantia da integridade, da autenticidade e da confidencialidade dos dados e informações transacionadas respeitando as regras atuais de segurança e privacidade;

· a definição de diretrizes claras para soluções que atuarão como pontes entre o sistema tokenizado e o sistema legado, garantindo todos os aspectos citados acima nos dois ambientes;

Empresas de tecnologia, como a Elo, já estão se movimentando para endereçar esses desafios e construindo os alicerces necessários para essa transição. A expectativa é que nos próximos anos o sistema financeiro brasileiro se torne ainda mais sofisticado, que continue sendo uma referência mundial em inovação e que o consumidor possa ser beneficiado com produtos e serviços que melhorem ainda mais sua vida financeira.

O cenário atual ainda está repleto de incertezas e de perguntas sem respostas, mas tudo indica que temas como o de interoperabilidade continuarão sendo destaque na agenda de inovação do mercado financeiro e da indústria de pagamentos. A adoção em massa da população dependerá de iniciativas que facilitarão o acesso das pessoas a esse novo ecossistema e a interoperabilidade terá um papel muito importante nisso.

Embora existam desafios significativos na construção desse ambiente interoperável, a atuação do mercado no desenvolvimento de soluções estruturantes e a abordagem regulatória estimulada pelos órgãos reguladores serão cruciais nesse passo rumo a uma economia mais inclusiva, eficiente e inovadora.

Estamos muito empolgados com o que vem por aí!

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