Peter Calderoni, vice-prefeito de Embu das Artes, comenta sobre política, economia e saúde na cidade e país.

Drielly Peniche
EM ALTA
Published in
5 min readNov 22, 2018
Peter Calderoni durante posse como vice-prefeito / Foto: Linhas Populares

Peter Motta Calderoni, conhecido como Dr. Peter Calderoni, nasceu em 05 de agosto de 1963. Médico formado pela Fundação ABC no ano de 1987, fez residência médica de Ortopedia e Traumatologia de 1988 a 1990. Atuando desde 1989 e concursado na prefeitura de Embu das Artes desde 1992, hoje é vice-prefeito da estância turística de Embu das Artes, eleito em 2016 e com gestão de 2017 até 2020.

Quase dois anos atrás o senhor tomou posse do seu cargo como vice-prefeito da cidade de Embu das Artes. Qual foi a maior dificuldade que encontrou neste meio?

Antes de ingressar na política sua atuação era na saúde pública como ortopedista. Hoje sendo vice-prefeito, como enxerga a importância que a saúde recebe da política?

Peter Calderoni: Trabalhei na medicina pública de Embu cerca de 30 anos, deixei há 8 meses, mais ou menos, por questões políticas. O serviço público é totalmente dependente do investimento político. Hoje, a estrutura da saúde é reflexo de uma política que tem tanto investimento como também uma medida preventiva. Então, a gente sabe que o que se recebe pelo SUS e o que se consegue em valores para se gastar na saúde é muito à quem do que deveria. E o custo de uma vida, paciente, é um custo inestimável. Por mais que o político seja realmente muito preciso, competente, a área da saúde é um grande dilema para todos nós. Tivemos uma grande vitória agora com a saída desse Mais Médicos. Mas ficar contente porque médicos vão embora? Os que estavam aí não tem formação necessária, conhecimento da língua, e isso abre um precedente que está acontecendo no Brasil que também me deixa muito triste, que são pessoas que não consegue passar no vestibular no Brasil e vão recorrer a países de fora para tornar-se médicos e voltar. O indivíduo que decide ser médico tem que estudar, se dedicar, ter conhecimento. É uma profissão que tem que se doar muito, senão não vai ser médico. Acho que o experimento que o governo passado fez para com a população brasileira foi muito cruel. A pior coisa não é você não ter um diagnóstico ou uma receita, é você ter um diagnóstico errado e uma receita errada. E é o que acontecia muito com o Mais Médicos. Estive em um congresso no Rio de Janeiro junto com o futuro Ministro da Saúde e acho que vamos realmente colocar profissionais mais qualificados, com preço menor ou igual.

Paralelo ao cargo de vice-prefeito o senhor continua atendendo como ortopedista, porém em clínicas privadas. É difícil conciliar as duas profissões?

É meio triste, eu diria, porque vou contra o que eu gostaria de fazer. Gostaria de estar atuando na saúde pública com bastante vivência, mas por questão jurídica e também porque o grupo que está administrando a ortopedia da cidade, não está sob minha responsabilidade, talvez nem pudesse. Então me identifico bastante com meu trabalho na clínica privada, mesmo porque quando precisa fazer algo social, eu faço. Seria impossível conciliar se eu estivesse atuando como prefeito, atuando como vice eu respeito o horário que preciso estar presente, tenho contato com todas as ações que a Prefeitura tem e acabo continuando na minha profissão. Eu sou médico, estou eventualmente político.

Ao seu ver como pessoa e também político, o que pode e deve melhorar na saúde pública da cidade de Embu das Artes?

No plano de governo do seu partido (MDB) teve ou tem algum projeto já encaminhado para a melhoria da Saúde?

Ainda falando sobre a cidade em que atua, quanto a economia, como está e o que mudou após o ingresso do MDB?

Tínhamos uma dívida de 250 milhões do antigo governo e uma arrecadação de 450/500 milhões. Hoje, Embu tem uma previsão de arrecadação de 750 milhões. É muito? É muito. Mas se for ver que temos um gasto muito grande com relação a saúde, infraestrutura e aos nossos 75km quadrados de Embu das Artes contra 30km do Taboão da Serra e provável 1 milhão de Receita, se compararmos com Barueri, que chega na casa dos 3 milhões, realmente nossa Receita é pouca. A gente tem que correr muito para pagar nossa folha de pagamento, que mês passado foi difícil. Estamos tentando otimizar. Final do ano é sempre complicado. É uma batalha! Nesse ponto dou parabéns ao prefeito, ele tem ido muito à Brasília atrás de emendas e contatos, e tem trazido muitos recursos para a cidade. Até mais que eu, que consegui. Isso ajuda muito, porque quando temos recursos não usamos dinheiro da Prefeitura.

Se tratando ainda da economia, qual o impacto do ajuste da nota fiscal no nosso cotidiano?

O ajuste é triste pra qualquer população. Quando se fala em ajuste, aumento de imposto, é a mesma coisa que falar que vou tirar mais do bolso. A inflação tá aí, ela existe. A gente tem que fechar as contas, acho que antes de você tentar fazer um ajuste tem que provar por A mais B que você está realmente trabalhando bem com esse dinheiro, prestando um bom serviço e já tentou de todas as formas possíveis e imagináveis, porém necessitou do ajuste. O impacto é muito negativo.

O ritmo de recuperação da economia brasileira é algo frustrante no atual momento?

Tem sido, afinal a cada ano se fala em aumentar meio ou um porcento. É ruim. Se for ver que é um país que tem tudo e também não possui grandes catástrofes naturais, pelo contrário, tem solo fértil e riquezas minerais, acho que o que realmente frustra é a a administração. Brasil é muito grande, talvez teremos que mudar um pouco a maneira de administrar, dar um pouco mais de autonomia pra cada Estado.

O que ainda pode ser feito e que seria determinante para o crescimento neste ano?

O que o resultado das eleições para Presidente pode influenciar nas futuras ações do MDB?

Quais são suas pretensões futuras para a política? Existe a possibilidade de se candidatar em 2020?

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