Em busca de mais dúvidas…

Análise Vasco
Em busca de mais dúvidas…
3 min readMar 8, 2018

Vasco começou a semana com muitas dúvidas:
-Qual a melhor dupla de zaga?
-Como melhorar a cobertura dos laterais?
-Precisava de um antídoto para o problema crônico na bola aérea defensiva

Entre outros pequenos problemas, esses eram os que deixavam a torcida e a comissão técnica de cabelo em pé, sem dormir.

Nas duas partidas anteriores do Carioca, Zé preferiu dar mais minutos ao time base titular e tentar arrumar soluções com as mesmas peças. Tudo bem que tanto Macaé, quanto Boavista jogaram com 2 linhas muito fechadas e povoadas, e que fatalmente iriam gerar problemas para o setor de criação e conclusão. Mas esperar o último jogo dos titulares (devemos ir com os reservas para enfrentar o Madureira no fim de semana), para testar um novo esquema, tirar o centroavante logo quando ele esboçava um potencial de crescimento, tirar o Paulinho que fez ótimos jogos na Libertadores e tirar Evander que apesar de oscilações era o jogador que tentava o diferente no meio campo e quando necessário recuava para começar a construção das jogadas?

Aconteceu, o que mais previsível. As dúvidas não foram sanadas. Não encontramos solução para nenhum dos nossos problemas. Na verdade só aumentamos as dúvidas:
-O esquema com 3 zagueiros não foi o suficiente para acabar com as falhas de marcação.
- O Henrique mesmo como ala não apareceu tão bem à frente como em outros jogos.
- O Zé apostou nos 2 atacantes mais à frente e recompondo menos, mas o time ficou muito espaçado, na transição o time tinha um buraco no meio entre os volantes e os atacantes. Wagner ficou tão avançado que por vezes parecia um atacante. Prejudicando a criação e progressão rápida quando o Vasco recuperava a bola.
-Usamos 3 zagueiros, e o Ricardo que é o zagueiro mais rápido e com melhor saída de bola não foi nem relacionado. Resultado: Saída de bola comprometida.
-O Vasco conseguiu jogar com 2 volantes, 2 alas, e 1 meia e mesmo assim ter inferioridade numérica o jogo todo no meio campo.
-Os alas do Fluminense foram muito mais atuantes e participativos que os nossos, vale ressaltar o posicionamento e função do Sornoza que fez o time jogar e participava de todas as ações construtivas do fluminense.

Resumindo: Vamos enfrentar um time na estreia da Libertadores que também joga com 3 zagueiros. E não sabemos qual melhor esquema para enfrentá-los. Primeiro porque não tivemos o teste com o esquema que vínhamos usando. E o esquema de hoje permitiu muitas chances para o adversário. Além disso o time não conseguiu “ganhar o meio campo”, uma característica de jogo buscada por quem adota este estilo de jogo. Obviamente tudo isso pode ser justificado pelo fato de ser o 1º jogo com 3 zagueiros. Esse esquema demanda tempo e isso é o que me faz não entender a decisão do treinador.

No plano tático coletivo, o Vasco normalmente defendia com uma primeira linha de 5 e uma segunda de 3 (que na minha opinião seria mais eficiente se esta fosse uma linha de 4, com o Rildo completando). O Vasco parecia bem postado, mas quando vinham as ultrapassagens e triangulações do adversário o Vasco mostrava claramente que ainda não estava adaptado ao seu novo esquema de jogo.

Gostaria de destacar a partida defensiva do Paulão (apesar da dificuldade de fazer uma saída de bola rápida e eficiente. E a regularidade do Desábato, jogador que cumpre exatamente o que se espera dele. Ótimo posicionamento, leitura de jogo, tranquilidade para sair jogando e seriedade. O Rildo apesar do gol perdido, fez mais uma boa partida. Pikachu alternou bons momentos com momentos discretíssimos. O Galhardo mais uma vez entrou bem, porém depois da entrada do Ríos caiu de produção. Vale destacar também que o Vasco sentiu muito a parte física nesse jogo. Time se mostrou cansado a partir dos 25 do segundo tempo.

Para a partida contra a LaU acredito que o Zé vá manter o esquema com 3 zagueiros, mas talvez não com as peças de hoje. Acredito que pelo menos 1 dos 3 titulares que saíram deve voltar. Se o Vasco conseguir aumentar a participação dos alas e recuar o meia responsável pela criação para participar ativamente do jogo, o esquema pode dar certo. Mas a saída de bola será um problema se Ricardo continuar preterido no esquema de 3 zagueiros.

O jogo que era para ser o grande teste para saber como estávamos, mas pareceu um trabalhinho valendo 3, com direito a consulta à internet. Ou seja, não deu para saber o nosso real nível de preparo.

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