A casa ficou tão pequena naquela noite…
As paredes moviam-se na minha direção.
Corri pra janela, num passo largo, afoite;
Te vi linda, livre, em outra dimensão!

Saltei várias vezes, esticando um braço…
Queria tocar sua face alva e luminosa!
Não demorou muito, tomou-me o cansaço.
- Ah, como posso ser tão pretensiosa?!

Espremiam-me, já, as paredes ligeiras…
Eu fitava você, encantada e rendida.
Lá fora, o vento chacoalhava as roseiras;
Fechei os olhos lentamente, aturdida.

Despertada por um clarão, incandesci!
Não sei dizer como cheguei aqui…
Não posso vê-la como antes eu via.
Mas estou plena de ti, és minha epifania!