A era da tecnologia: como os novos formatos de leitura impactam o meio literário

Dispositivos de leitura digital dividem opiniões entre os leitores

Matheus Monteiro
Em Toda Pauta
3 min readNov 24, 2021

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Por: Matheus Monteiro

Hoje, a leitura digital se tornou tão grande quanto a física | Foto: Desancorando

Por muito tempo, o livro físico marcou presença na vida de muitos leitores assíduos. Para quem gosta de ler, as idas a livrarias, bibliotecas e sebos à procura daquele livro tão desejado são constantes… ou pelo menos eram. Os avanços tecnológicos possibilitaram um novo formato de leitura digital, executada por dispositivos como o Kindle, o Lev ou até mesmo nos smartphones que boa parte da população carrega no bolso.

A novidade impactou diretamente o hábito de leitura de muitos leitores. Entre eles, as opiniões sobre a leitura digital divergem. Alguns são mais adeptos ao novo formato, outros nem tanto. Há também quem goste muito das duas modalidades e consiga equilibrá-las nas suas leituras. A tecnologia também trouxe formatos diferentes de arquivos para textos, como o PDF e o e-PUB, que podem ser mais ou menos confortáveis dependendo do dispositivo, algo que também afeta a experiência do usuário.

Kindle, o leitor digital da Amazon Prime | Foto: Ekonomista

No geral, tanto a leitura física quanto a digital possuem as suas vantagens. A pedagoga e pesquisadora Mônica Boanafina, de 25 anos, é alguém que se tornou bastante adepta às leituras digitais no Kindle:

“O que me fez experimentar a leitura digital foi o preço mais acessível. Durante a pandemia, passei a ler mais no Kindle porque não podia sair para comprar livros e ter o dispositivo permite que já possa começar a ler na hora. Além disso, o aparelho é bastante prático, tanto pelo seu tamanho menor quanto pela sua leveza”.

Por oferecer conforto aos leitores, muitos se tornaram adeptos ao Kindle. Além das vantagens citadas por Mônica, o dispositivo também permite alterar o tamanho da fonte, o nível do brilho da tela e colocá-la em modo noturno, permitindo que o leitor possa ler sua história no escuro, além de poder armazenar vários livros digitais e economizar espaço físico na estante. Ainda assim, ainda há leitores que preferem o livro físico e destacam suas vantagens sobre os dispositivos de leitura digital. É o caso da estudante Anna Beatriz Ribeiro, de 21 anos.

“Para mim, a experiência de ler pela internet é muito cansativa. Prefiro ler algo que está em minhas mãos, até por permitir que eu faça um rascunho ou passe um marca texto. Além disso, quando vou comprar um livro, gosto de poder escolher a edição, o tipo de folha, a editora e de montar coleções na minha estante”.

O livro físico ainda é querido por muitos leitores, como Anna Beatriz Ribeiro | Foto: Livraria Zaccaria

As mudanças que a leitura digital trouxe não foram apenas na vida dos leitores, mas também no mercado editorial. Por muito tempo, o livro físico foi o produto principal deste meio até a chegada dos livros digitais, que dividiram a preferência dos leitores. Ainda assim, a leitura digital não vem como uma concorrente no mercado editorial. É o que diz a revisora de textos Yasmim Cardoso.

“Os livros digitais impactam o mercado editorial por alcançarem um maior número de pessoas e por ser um método mais fácil de leitura, sendo possível fazer isso até pelo celular. Mas, um tipo de leitura não prejudica o outro, eles conseguem coexistir da melhor forma possível. Há editoras que são mais focadas para a venda de e-books, outras produzem livros físicos e depois convertem para o digital. Tem bastante espaço para os dois.”

Tratam-se de dois formatos que possuem vantagens e desvantagens, mas como foi apontado por Yasmim, a leitura digital não veio para extinguir a física e sempre haverá público para os dois. No fim das contas, é uma questão de gosto pessoal do leitor.

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Matheus Monteiro
Em Toda Pauta

Sou um estudante de Jornalismo fascinado pela área do Entretenimento. Editor do blog Consoledando Games, voltado para o público geek.