Eleições e empoderamento LGBT: Ana Beatriz (SP)

Danilo Motta
Empoderamento LGBT
Published in
5 min readSep 10, 2018

Ana Beatriz Santos é candidata a deputada federal em São Paulo pelo PDT. Seu número nas urnas é 1280. Aqui ela fala um pouco mais sobre suas propostas, confira:

Por que você quer ser deputada federal?

Bem, sou uma Militante LGBT Digital. Neste sentido, converso com muitas pessoas Trans, principalmente mulheres trans. E como também sou Conselheira Gestora no CRT-DST/AIDS, conheço profundamente os problemas com a saúde e tratamento que as mulheres trans e travestis precisam, e que os homens trans também requerem e não têm, pois no Brasil inteiro é inexistente o atendimento em saúde para transgêneros. [Estou] convencida de que posso dar uma cooperação para que o sistema de atendimento nos Estados possa vir a oferecer [estes tratamentos]. E eu, como deputada federal, posso interagir com governadores e prefeitos para que venham a oferecer esse atendimento, conforme existe já um Protocolo de Atendimento formulado pelo SUS. Isso tudo com meus conhecimentos jurídicos, já que sou bacharel em Direito, e Pós-Graduanda em Políticas Publicas, saberei como conversar com meus interlocutores.

Como avalia a importância de candidaturas LGBT?

Vejo como super positiva! Temos que sair do armário, precisamos estar presente em todos os cantos e posições, seja nas empresas, nos cargos públicos de qualquer escalão. Somos normais, aliás, temos um QI maior que muitos heteronormativos, estudamos muito, e podemos ter uma visão bem diferenciadas dos problemas de toda a população em geral. Temos que acabar com os feudos políticos e profissionais.

Quais projetos devem ser priorizados em um eventual mandato?

Penso ser cinco… Emprego é a inicial, pois poderemos fazê-las deixarem a pseudo-prostituição como única forma de ganhos, e a segunda de trabalhos como cabeleireira ou manicures, e outra de alguns trabalhos execráveis. Segundo é a forma como é oferecido o ensino. Muitas não têm nem o Ensino Fundamental. Precisamos fazê-las voltar ao banco escolar e terminar o Ensino Médio e, consequentemente, para quem queira, a universidade, coisa que hoje cerca de 30% desta população já tem, em função de alguns projetos que precisam serem melhorados, com cotas. Terceira a saúde. Muitas se injetaram com silicone industrial. Não existe, com exceção de São Paulo, lugar especializado para a retirada, que ocasionaram lesões muito horrorosas com muitas mortes. E a legislação é muito fraca para quem aplica. Batalharei para que a Lei seja alterada e [vou] batalhar para que todos os estados e grandes municípios façam toda a cadeia de atendimento que o Protocolo Transexualizador do SUS permite, já que existem verbas alocadas para isso dentro dos programas HIV. O quarto seria algumas outras: a de crimes de racismo; de feminicídio; Maria da Penha; mudança de vários artigos da Lei de Crimes de Racismo, que penso ser mais fácil emplacar do que uma legislação especifica, aprimorando a já existente, acabando com a Transfobia, entre outros, como o bullyng também, com penas altíssimas, sendo algumas consideradas como [crimes] hediondos, pois atentam contra a vida; e dos crimes de morte em geral também. A quinta, seria sobre os crime contra a fauna e pets. A legislação é benevolente demais, quase que um incentivo a praticar, exigindo que as Prefeituras Municipais apliquem chips com os dados de seu protetor, realizado nas residências, para que não se falseiem dados de localização, com punições severas para o abandono. Que essa mesma administração municipal seja obrigadas a aplicar vacinas tipo V-12, ou seja diminuir a grande incidência de mortes por doenças possíveis de controle. Isso é problema de sanitarismo, pois o animal morto é descartado em qualquer local, sendo a Prefeitura obrigada a fazer todos os recolhimentos e destino corretos. Sem contar os maus tratos, com aplicação de penas de prisão sendo consideradas como crime hediondo, por causa de ser indefeso, e não oferecer perigo. Entre outros, alem dos crimes contra a fauna, vou brigar para que os ladrões da fauna, sejam presos e fiquem presos, além das multas hoje existentes. No fundo, estas seriam minhas prioridades, mas existem outras de temas variados, como economia — como a de que todos os agentes financeiros sejam obrigados a exigir e oferecer educação financeira para todos correntistas, e auxiliarem os endividados a entenderem os mecanismos financeiros, ai vão outros.

Quais os desafios para os LGBTs de São Paulo?

União, esse é o primeiro. Existe uma falta enorme de união entre todas, ou pelo menos em 90%. Eu já fui em variados eventos sobre, e para a população T quase não existe comparecimento. Em vários que já estive, somente eu lá estava. Existe muito discurso de empoderamento, mas essas mesmas [pessoas] que assim propagam, são as primeiras que só querem holofotes. Assim como muitas ONGs. E também exigem valores para “se apresentar”. Virou negócio para muitas. O segundo são as poucas políticas públicas de Estado. Quando muito, existem as de governo, aí quando este governante sai, o próximo modifica ou quase que extingue, sob o manto de reformulação das políticas. Não se enxerga a população T como minoria. E da má vontade de muitos administradores setoriais em aplicar as que existem por preconceito velado, o que é mais comum, não deixando militantes LGBTs participarem. Tem mais outras… Uma das mais preocupantes, senão a mais emblemática, são os casos de violência praticados pelas travestis em geral que fazem programas nas ruas, uma minoria, mas que denigrem toda uma população. Essas tem que serem combatidas com energia e com denúncias, mas muitas se omitem em ajudar a elucidar com medo.

Por que a escolha pelo PDT?

Nesse quesito foi engraçado, pesquisei em 4 partidos, e foi o único que me deu retorno. E como já conhecia o perfil dos dogmas da legenda, achei interessante.

Qual recado você gostaria de deixar para o eleitor de São Paulo?

Desejo que o eleitor paulista olhe com muito carinho as falsas promessas dos atuais políticos, dos que fizeram nos últimos anos, o que foi aprovado, nos que eles votaram, para discernir em um novo Congresso, Senado e Assembleias Legislativas, que nada fazem para a população de modo geral, pois já se “enricaram” pelos inúmeros atos de corrupção, muitos que nunca vão ser esclarecidos. Precisamos olhar que o Brasil não pode mais permitir este tipo de situação! São hospitais de menos, atendimentos negados ou protelados, cirurgias nem se fala. Sem contar as escolas caindo aos pedaços, mal aparelhadas, professores mal renumerados. [A área da] segurança [está] com enormes problemas, mas ainda funciona de maneira razoável; [precisamos de] leis penais e processuais mais severas; [há] falta de habitação popular para erradicação de favelas, cortiços. Os candidatos que não têm familiares de linhagem política são a bola da vez. Apoiem esta ideia, e vamos TRANS-formar o Brasil.

--

--