Eleições e empoderamento LGBT: Dani Balbi (RJ)

Danilo Motta
Empoderamento LGBT
Published in
4 min readSep 12, 2018

Dani Balbi é candidata a deputada estadual pelo PCdoB no Rio de Janeiro. O número dela nas urnas é 65800. Conheça a candidata:

Por que você quer ser deputada estadual?

Acredito que a política deve ser ocupada por pessoas vindas de onde a maioria da população está, nos subúrbios e nas favelas, assim como representar a diversidade do nosso povo. Isso é importante para que um mandato legislativo consiga servir à população de maneira justa, idônea e comprometida com a diminuição das desigualdades. Acredito que nossa candidatura (digo nossa porque é uma construção coletiva e aberta) tem a força e a legitimidade necessárias para enfrentar esse momento de crise que atravessa o Rio de Janeiro, garantindo que o interesse dos que mais precisam sejam priorizados e que as soluções sejam através do investimento na juventude, na educação, saúde, ciência, cultura, etc.

Como avalia a importância de candidaturas LGBT?

É fundamental que a Alerj seja um espaço que nos represente, e a população LGBTI sofre diariamente discriminação, tem seus direitos sociais negados e suas vidas ameaçadas pelo fomento ao ódio e à violência. Precisamos que o legislativo tenha mandatos comprometidos com a proteção dos nossos direitos e fomente o avanço de um estado mais humano, justo e para todas as pessoas.

Quais projetos devem ser priorizados em um eventual mandato?

Nosso projeto de mandato versa sobre educação, cidadania, emprego e investimento em ciência e cultura. Para a população LGBTI, acreditamos que é prioridade combater os crimes de ódio, que têm raiz no preconceito. É urgente restabelecer, reconfigurar e expandir o ‘Rio sem homofobia’. Além disso, devemos defender especialmente a população transexual, cuja expectativa de vida é de 35 anos! Um projeto ousado precisa ser implementado que garanta de maneira integrada a emissão e adequação de documentos, supletivo para a conclusão do ensino fundamental e médio, formação e encaminhamento para a inclusão no mercado formal em parcerias com empresas, formação para o empreendedorismo e preparatório para concursos e Enem. Além da luta constante por cotas para trans e travestis, direito ao uso do nome social e principalmente a retomada e expansão da cirurgia de adequação sexual pelo SUS com integral atendimento à saúde física e mental que garanta a dignidade e o bem viver para trans e travestis.

Quais os desafios para LGBTs no Rio de Janeiro?

Acredito que nosso principal desafio é combater o ódio que está ceifando a vida de jovens e o preconceito que destrói famílias e causa tanta injustiça. Precisamos de debate de gênero nas escolas e de representatividade LGBTI em todos os espaços. Não podemos aceitar que único caminho para transexuais e travestis seja a prostituição, o abandono, a situação de rua. Nosso desafio é levar esses debates para a maioria da população e não apenas em ilhas de aceitação. A população LGBTI precisa ser respeitada e pra isso é necessário ocupar os espaços de poder e multiplicar ações com os movimentos sociais.

Por que a escolha pelo PCdoB?

Minha filiação à União da Juventude Socialista, e logo depois ao PCdoB, foi aos 15 anos. Tenho metade da minha vida dedicada à luta nessas fileiras. Faço parte de uma geração que lutou pela expansão e popularização das universidades públicas com o Reuni, pelos 10% do PIB para a Educação e pelas cotas. Sigo coerente com minha escolha e com minha posição na luta ao lado dos trabalhadores e das causas justas que trava o PCdoB.

Qual recado você deixa para os eleitores do Rio?

Estamos descrentes da política — e não é pra menos! O último governador estar preso é simbólico da grave crise financeira, política e moral que atravessa nosso estado. Meu recado é para que a gente não desista, que continuemos a acreditar e a lutar por uma mudança radical na arena política, e há muitas opções dessa vez. Os eleitores podem pesquisar candidatos que realmente tenham compromisso com a população. A nossa candidatura está se colocando à disposição para esse fim: fazer com que a política e as casas legislativas sejam efetivamente as casas do povo e que sirvam a ele. Vamos dar uma virada nesse jogo e resgatar a dignidade do Rio de Janeiro. Vamos acreditar, vamos juntos.

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