Eleições e empoderamento LGBT: Hailey Kaas (SP)

Danilo Motta
Empoderamento LGBT
Published in
3 min readOct 2, 2018

Hailey Kaas é candidata LGBT a deputada estadual pelo PSOL de São Paulo. O seu número nas urnas é 50.069. Veja o que ela tem a apresentar!

Por que você quer ser deputada estadual?

Decidi coletivamente, junto com as pessoas que militam comigo no PSOL, a sair deputada estadual porque vivemos num momento crucial para a população oprimida, não só por causa da ameaça Bolsonaro, mas também pela crise que prejudica as pessoas mais vulneráveis socialmente. A crise ataca mais profundamente aquelas pessoas que já são excluídas socialmente: as mulheres, população LGBT, negros e negras, etc. Após o assassinato de Marielle, ficou claro que não podemos mais nos dar ao luxo de não lutar contra esse sistema que nos esmaga de cima para baixo. Por isso me lancei enquanto candidata a deputada estadual.

Como avalia a importância de candidaturas LGBT?

Sem dúvida, as candidaturas LGBT são muito importantes pela questão da representatividade, mas entendo que não basta ser LGBT, tem que ter compromisso com um outro projeto de sociedade, um projeto socialista, de esquerda, que leve em conta os ataques que sofremos também enquanto trabalhadores explorados pelo capitalismo.

Quais projetos devem ser priorizados em um eventual mandato?

Todos os projetos que lutem contra a privatização da saúde, da educação, dos transportes, etc., mas também os projetos que tenham foco na população LGBT, de mulheres, de negros e negras, etc. Temos uma proposta, por exemplo, de destinar 5% das vagas dos concursos públicos estaduais para pessoas trans.

Quais os desafios para LGBTs em São Paulo?

Enfrentar uma direita reacionária acostumada a mandar uma polícia fascista contra qualquer manifestação de esquerda. Esses mais de 20 anos de governos do PSDB destruíram uma das cidades mais ricas do Brasil. Aluguéis caros, transporte caro e ruim, falta de atendimento público de qualidade (seja na saúde ou segurança) para as mulheres e LGBTs, enfim, uma cidade que se diz receptiva aos LGBTs, mas que tem pouco ou nada de medidas efetivas para combater o machismo e a LGBTfobia.

Por que a escolha pelo PSOL?

Atualmente, o PSOL é o partido que mais tem defendido as pautas de opressões. Nosso candidato à presidência defende abertamente a população LGBT. Como todos partidos, o PSOL tem problemas e contradições, mas ainda há possibilidade de construir muita luta com o auxílio do partido. Há espaço no PSOL para defender e convencer da necessidade de se discutir as questões das opressões como tão importantes quanto as questões econômicas, ao contrário de outros partidos, a meu ver.

Qual recado você deixa para os eleitores?

Essa eleição será muito difícil, marcada pelo voto útil e pelo medo do Bolsonaro, mas o primeiro turno é o momento de votar no(a) candidato(a) que nos representa, o qual temos afinidade ideologicamente. Para mim, esse candidato é Guilherme Boulos/Sonia Guajajara. Contudo, se mesmo assim decidir votar noutro(a) candidato(a), ajude a fortalecer o legislativo para que possamos lutar contra os ataques da direita e das bancadas conservadoras. Por isso vote nos(as) candidatos(as) do PSOL para deputado federal, estadual e senadores!

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