Introduzindo o Canvas da Startup Feliz
Muito do mundo das startups se foca nas mecânicas de se começar um negócio. Enquanto é bom se mover rápido e se manter enxuto, é tempo de fazermos nossos negócios mais humanos e no processo lhes dar uma melhor chance de sobrevivência
Esta é uma tradução do artigo Introducing the Happy Startup Canvas, autorizada pelo seu autor, Laurence McCahill, uma vez que consideramos essa abordagem importante para as startups pois as força a analisar valores, missão & propósito que muitas vezes é negligenciado.
Se você tiver um negócio você algumas vezes será questionado:
Qual é a sua estratégia de saída?
Eu sempre achei esta uma pergunta estranha, provavelmente porque eu nunca estabeleci um negócio com o objetivo de vendê-lo por uma boa quantia. Eu queria ter controle da minha vida, fazer as coisas da minha forma e no final construir um negócio com minha imagem. O pensamento de criar algo que te orgulha, apenas para passá-lo quando uma boa oferta chega não se encaixa comigo. Da mesma forma que perseguir investidores bem cedo e lhes dar participação antes de ter encontrado qualquer cliente apaixonado.
“Quando você pega dinheiro de investidores o modelo de negócio deles se torna o seu.”
Steve Blank
Fundadores de startups deveriam estar criando companhias que eles poderiam fazer de acordo com suas próprias regras e não de mais alguém - especialmente investidores e shareholders.
Enquanto sempre existirão empreendedores que estabelecem o objetivo de um IPO de $10 bilhões, existe um movimento crescente de pessoas que estão começando no negócio por razões outras as quais dinheiro. Estas pessoas querem construir companhias que estão orgulhosos. Companhias que tem seus valores pessoais e propósito como parte de seu DNA. Companhias de significado.
Will McInnes, fundador da consultoria de negócios sociais Nixon McInnes (e membro da Brightonian), tem um ângulo interessante nisso:
“Eu sou um empreendedor confuso - a parte confusa é que eu não faço isso por dinheiro”
Na Happy Startup School nós estamos ajudando uma nova raça de empreendedores a realizar seus sonhos. Startups que colocam as pessoas em primeiro lugar e colocar a felicidade antes de lucros.
Nas palavras de Dave Kashen, uma figura proeminente em culturas de startups:
No mundo das startups, centenas de empreendedores focam sua ingenuidade em encontrar formas para fazer milhões de dólares. Eles parecem para ineficiências de mercado e focam-se em questões de: “Como os consumidores irão pagar por isto?” sem perguntar “Isto fará a vida das pessoas mais significativamente melhores?”. Não é que não devemos tentar fazer dinheiro, apenas que dinheiro deveria ser meramente um de muitos fatores pelos quais se lutar, e é colocado em um papel bem central por muito tempo.
Em uma palestra recente, o especialista em marcas sustentáveis e meu amigo, Mark Sears disse que as companhias deveriam estar planejando um legado, não uma saída de estratégia. Brilhante.
O quão diferente seria o mundo de negócios se nós fizessemos decisões boas para o longo-prazo, não manter shareholders felizes.
Então, quando as pessoas me perguntam a minha estratégia de saída nesses dias, minha resposta é:
“Morte”
(Nós mesmo tivemos uma conversa com nosso solicitante na última semana e lhes demos esta resposta, com faces confusas…).
De qualquer forma, de volta ao canvas
Muitas ideias de startups são baseados em um conjunto de suposições. Tão convincente quanto essas ideias parecem soar para você, é importante reconhecer que elas continuam sendo, na maioria, suposições não testadas que irão quase certamente ser alteradas uma vez que elas entrem em contato com o mundo real. Você pode tomar estas ideias e torná-las em um plano de negócio de 30 páginas ou tomar a opção sensível e documentar em uma página.
Dê uma olhada rápida onde tudo começou…
1. O canvas do modelo de negócio
O canvas de uma página de Alex Osterwalder mudou a forma pela qual as organizações desenvolvem seus negócios. Visualmente captura os componentes essenciais de um modelo de negócio, e as várias abordagens são bem cobertas neste excelente livro Business Model Generation. Surpreendemente, o livro foi co-criado por 470 praticantes através de 45 países, e tudo independente da indústria da publicação. Um verdadeiramente projeto inovador se já teve algum.
2. O canvas lean
Dois anos mais tarde e algumas variações do canvas de Osterwalder apareceram. A canvas de startups de Rob Fitzpatrick capturou melhor a abordagem “4 passos da epifânia” desenvolvida por Steve Blank. Mas Ash Maurya, um inicial advogado do movimento lean startup tomou isto um pouco mas longe com esta adaptação, o Lean Canvas ou canvas lean.
O canvas de Ash é uma grande ferramenta e é moldado para o mundo das startups de tecnologia, onde a incerteza é frequente e as soluções são muitas vezes pensados antes de problemas. Esta ferramenta significa que você pode rigorosamente testar suas suposições antes de tempo valioso no desenvolvimento. Tudo está orientada através de construir alguma coisa que as pessoas realmente queiram.
3. O canvas de cultura
Eu recentemente cheguei ao trabalho de Javier Muñoz, CEO da Delivering Happiness na Espanha. Em suas próprias palavras:
“Nós estamos apresentando o canvas da cultura na comunidade de startups para que eles usem esta ferramenta para modelar sua cultura desde o início. Modelar uma cultura mínima viável e acessar onde a adequação cultura-produto é vital mesmo se você está lidando com uma startup de dois fundadores. Também é importante para startups provadas que estão olhando para escalar seu negócio”.
Eu posso ver isto se tornando uma ferramenta mais usada como startup percebem os benefícios de negócio de ter uma cultura forte e empregados engajados. Todos os pontos de pesquisa para times felizes fazerem mais dinheiro e então as organizações estão mudando nisto. Startups são as próximas.
O canvas da startup feliz
Esta é minha tentativa de tomar os melhores elementos dos canvas acima, junto com nossos aprendizados para trabalhar próximo de dezenas de empreendedores através dos anos, para criar um framework para startups em estágio inicial para criar um DNA de sua organização.
O canvas também foi inspirado pelo trabalho de Jim Collins e seu framework de visão. Jim é o autor de dois grandes livros de negócios - Built to Last e Good to Great. Eu completamente recomendo ambos.
Então, os componentes chaves de seu canvas.
1. Propósito & Visão
Isto deveria ser o ponto inicial para qualquer fundador de startup, mas é muitas vezes subestimado. Muitas vezes as pessoas mergulham direto em suas ideias brilhantes sem pensar o que muda no que querem ver no mundo, ou mesmo questões por que eles estão fazendo o que estão fazendo. Ter um propósito claro pode ajudar a dar peso real à sua marca como uma razão para ser o que vale gastar tempo moldando e articulando isso. Isso também ajudará você a tomar mais decisões rápidas e atrair uma audiência.
“Seu propósito é o vento em suas velas”
David Hieatt
2. Valores
Umair Haque, o renomado escritor e economista recentemente estabeleceu que “nós estamos no ápice de revolução dirigida por valores”. Ele destaca que os consumidores agora estão muito mais cautelosos sobre de quem eles compram e se representa os valores que eles consideram importantes.
Por isso é importante definir seus valores e o que você defende. Pense nos valores principais como aqueles que, quando não resta nada, você acredita tanto que se forem tirados, sua companhia cessaria de existir. Entretanto, não apenas faça brainstorm de alguns valores apenas para esquecer sobre eles - você precisa viver e práticá-los diariamente. Seus valores são como você se comporta não como você gostaria de se comportar.
“Na falta de valores todas as decisões vão para os lucros”
Anônimo
3. Sua história
Que história você quer que as pessoas contem sobre você? Se você terá uma história simples, torne fácil para as pessoas sobre o que você faz bem assim como ajudar os outros.
“Startups são ótimas em conseguir financiamento, explicar o que elas planejam fazer para as pessoas e criar produtos e serviços. Embora, cada vez mais, o que separa startups de sucesso e aquelas que podem não sobreviver após as investidoras secarem a torneira é ligar o que eles fazem a uma narrativa interessante e coerente. Se trata de uma história”
Maria Amundson
4. Problemas
Quais são os 3 problemas principais (ou oportunidades) que você está tentando endereçar? Estabeleça como hipóteses para testar contra o mundo real.
e.g. Vender bens de segunda mão é um aborrecimento para a maioria dos pais modernos
Seu produto ou serviço é um analgésico ou uma vitamina, i.e., você está resolvendo problemas ou fazendo as pessoas se sentirem melhores (ou melhores)?
“Trabalhe em algo que importa para você mais do que dinheiro. Crie mais valor do que capture. E vá pelo longo prazo”.
Tim O’Reilly
5. Solução
Que soluções você está propondo? Esta seção é deliberadamente menor já que a solução que irá criar sem dúvida mudará após você falar com clientes e parceiros e testar suas ideias. Use isto como um guia, não um roteiro.
“Seja firme em sua visão, mas flexível nos detalhes”.
Jeff Bezos, Amazon
6. Early adopters
Quais clientes irão ser tão apaixonados sobre seu produto que se tornaram seus advogados - voltando regularmente e contando aos amigos? Ou outra forma de pensar sobre isso:
Quem irá amar tanto o seu produto que eles irão tatuar a sua companhia?
Tudo bem, talvez um exagero mas é um exercício útil e as pessoas fazem isso…
Em um recente workshop que realizamos, alguém pulou esta rodada e considerou que tipo de companhia eles precisariam construir para conseguir uma tatuagem. Algo que você pode querer pensar por si mesmo.
“Tente agradar a todos e você acabará não agradando a ninguém”
Seth Godin
7. Proposta de valor
Esta pode ser uma das áreas mais difíceis para uma startup pegar direito bem no início. Realmente ajuda se focar em um nicho, mantendo sua oferta simples e fazendo uma coisa bem. Tentar apelar a uma audiência bem grande e complicar demais sua oferta pode diluir sua proposta e confundir consumidores. Como regra geral, mantenha simples.
“Quase todo cliente que eu já trabalhei que está procurando uma grande parcela de mercado não tinha uma proposta de valor clara”.
Leisa Reichelt
Para ajudar com isto use a criação de proposta de valor (também de Osterwalder).
Em sumário
O canvas objetiva ser o começo de criação do DNA de sua organização. Não objetiva substituir o canvas do modelo de negócio (ou o lean canvas se esta é a sua preferência), mas ao invés disso uma forma de estabelecer quem você é o que você defende antes de se preocupar com qualquer outra coisa.
Espero que isso o ajude no caminho de se tornar uma startup feliz.
