Redes sociais e newsletters são os principais canais de divulgação dos empreendimentos digitais do Jornalismo no Brasil

As redes sociais e as newsletters são as principais pontes que unem os produtores de conteúdo e as suas comunidades de leitores no universo pesquisado dos empreendedores do Jornalismo digital no Brasil. Ainda que 5% dos empreendimentos não utilizem as redes sociais para divulgar seus conteúdos, como se vê na tabela abaixo, a preferência pelos canais sociais é um resultado óbvio dada à facilidade e o custo baixo para gestão dos perfis nas mídias sociais e a rapidez e a eficiência para conectar com a audiência via redes.

O dado que surpreende é o uso de newsletter por metade dos empreendedores que participam da pesquisa. E é mais um sinal de que a força dessa ferramenta se mantém. Muitos dos empreendimentos que usam newsletter como um canal de divulgação buscaram formatos adequados ao contexto do leitor, avaliando periodicidade e horários de chegada às caixas de email e dispositivos de leitura, ou investiram numa linguagem e numa personalidade própria. Esforços que consideram a experiência do leitor e que tornam a newsletter uma peça útil para os seus assinantes.

Os releases para a imprensa ainda são utilizados como instrumento de divulgação por 23,4% das empresas. Este é um canal natural em função do baixo custo de distribuição e também pelo fato de que há jornalistas dos dois lados. Em muitos dos casos, os empreendedores são oriundos de veículos de mídia e têm uma boa rede de relacionamento nas Redações, o que acaba valorizando o release como meio de divulgação.

Canais que envolvem mais custos ficam no final da fila. Ações promocionais são usadas por 1,4% dos empreendedores e apenas 0,5% investem em anúncios para divulgação de seus conteúdos.

Das plataformas sociais, o Facebook é a rede mais utilizada pelas iniciativas em Jornalismo digital para divulgar conteúdos e criar canais de relacionamento com os públicos. A rede, que é acessada por mais de 100 milhões de brasileiros ao menos uma vez ao mês, é usada por 95% dos empreendimentos. O Twitter é usado por 79,6%, o YouTube por 67,1%, Instagram por 59,3%, Google + por 34,4% e Linkedin por 18,7% das iniciativas.

O número total de seguidores nas redes sociais dos empreendimentos pesquisados, somando-se os seguidores de Facebook, Twitter e Instagram, era de 7.702.407 quando a consulta foi realizada.

Esse esforço de participação em várias redes sociais, no entanto, não condiz com o resultado obtido em números de seguidores pelos empreendedores. Fora do Facebook, o número de seguidores é pequeno, como se pode ver no gráfico abaixo. A maioria absoluta, 89%, são pessoas que se conectam às iniciativas via Facebook, 11% via Twitter e menos de 1% via Instagram.

Gestão

Para gestão das publicações, da interação e até para monitoramento das redes, a maior parte dos empreendimentos usa as ferramentas das próprias redes. Isso acontece com 65,6% das iniciativas. A pesquisa não questiona as razões dessa preferência, mas algumas inferências podem ser feitas. Essa opção pode revelar uma preferência pela familiaridade com o ambiente da própria rede, a suficiência da ferramenta de gestão do Facebook ou ser uma escolha motivada por custo. Nesse caso, pode indicar também algum desconhecimento das funcionalidades oferecidas pelas ferramentas mais sofisticadas de gestão, já que algumas delas têm versões gratuitas.

Perguntados sobre deficiências das equipes, 7,8% responderam que necessitariam de mais treinamento para uso e gestão de redes sociais. Se considerarmos a dependência que as iniciativas têm das mídias sociais para se comunicar com seus públicos, é provável que essa deficiência seja bem maior. A opção da maioria por uma gestão pelas próprias ferramentas sugere um uso básico das funcionalidades das redes, focado em presença de marca e divulgação de conteúdos. Para as iniciativas independentes do Jornalismo digital, é recomendável um nível mais aprofundado de uso das redes, que contemple monitoramento e analytics e que proporcione um diferencial competitivo na concorrência pela atenção das comunidades de leitores.

Este artigo foi publicado originalmente em interatores.com.br e faz parte do conjunto de resultados da pesquisa Empreendimentos digitais do Jornalismo brasileiro.

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