30 curiosidades sobre os 30 anos do Tetra
1. Romário “roubou” a camisa 11 de Zinho
Quando Romário foi convocado por Parreira para os jogo decisivo contra o Uruguai, valendo vaga na Copa de 1994, ele chegou como grande destaque da Seleção e uma das coisas que pediu foi para usar a camisa número 11. Zinho vinha usando o número da camisa ao longo de toda a campanha das Eliminatórias e acabou sendo convencido a trocar para a 9. Romário alegou que sempre usou esse número na Seleção e que por isso sempre teve sorte: “No Barcelona jogo com a 10, mas quero a 11 da Seleção porque sempre me trouxe bons fluídos”, comentou.
2. Antes do Tetra, o Brasil era campeão mundial no basquete
Algumas semanas antes da bola rolar nos EUA, a seleção feminina liderada por Hortência e Magic Paula conquistava a Copa do Mundo de Basquete Feminino na Austrália, após derrotar de forma histórica os EUA na semifinal e a China na decisão.
3. Branco quase matou fotografo em amistoso antes da Copa
No amistoso entre Brasil e Honduras às vésperas da estreia, o Brasil passeou em campo e venceu por 4 a 0, mas o destaque mesmo foi um chute dado pelo lateral Branco, que atingiu em cheio o rosto de um fotografo que estava atrás do gol com sua câmera na mão. O jornalista precisou ser levado ao hospital para ser atendido. Ele passou por cirurgia, afetando parte da visão — foram nove pontos dentro do olho esquerdo. Perdeu ainda dois dentes, mas segue vivo e bem, diferente dos boatos que circularam anos depois, de que Branco teria matado o jornalista com a bolada.
4. Ronaldo virou ‘Ronaldinho’ por causa do ‘Ronaldão’
Ronaldo era conhecido pelo seu nome até a Copa de 1994. Passou a ser chamado de “Ronaldinho” apenas depois que o zagueiro Ronaldo, também conhecido como Ronaldão, foi convocado para o lugar de Ricardo Gomes, cortado por lesão. Ronaldo, o zagueiro, não queria ser mais chamado de Ronaldão, apenas pelo seu nome. Para diferenciar, começaram a chamar o garoto de “Ronaldinho”. Acontece que não adiantou nada e continuaram chamando o zagueiro de Ronaldão e a Seleção de 1994 ficou sem nenhum Ronaldo mesmo. O atacante seria chamado carinhosamente de Ronaldinho até 1999, até que outro xará apareceu na Seleção e gerou confusão sobre quem era o “Ronaldinho”.
5. Cinco jogadores que ganharam a Copa em 94 também venceram o Mundial Sub-20
Jorginho, Dunga e Bebeto ajudaram o Brasil a derrotar a Argentina diante de 110 mil pessoas no Estádio Azteca, do México, na final de 1983, enquanto Taffarel e Müller fizeram parte da equipe que derrotou a Espanha na decisão em Moscou dois anos mais tarde.
6. Dois jogadores se tornaram pai durante a Copa
Além de Bebeto, que eternizou a comemoração “embala neném”, para celebrar o nascimento de Mattheus (que nasceu dia 07/07), o camisa 7 já havia feito contra Camarões, a comemoração para homenagear o amigo e lateral Leonardo que também virou pai de Lucas (que nasceu dia 21/06) enquanto estava nos EUA.
7. Ronaldo quase perdeu voo para os EUA por estar gravando clipe
No dia em que a Seleção iria para os EUA, Ronaldo quase perdeu o embarque. O craque foi no mesmo dia fazer uma participação na gravação para o clipe “175 nada especial” do rapper Gabriel O Pensador, no Recreio dos Bandeirantes, cerca de 45km de distância de sua casa em São Cristóvão. Na casa dele havia uma festa, comidas especiais feitas por sua mãe, Dona Sônia e fãs querendo desejar boa sorte. R9 chegou em casa na mesma hora em que deveria estar no aeroporto. Teve de sair correndo de casa, às pressas, mas felizmente terminou tudo bem e o clipe foi um sucesso.
8. Madonna deu em cima de Raí durante a Copa
Pegou todo mundo de surpresa a notícia de que a Rainha do Pop, no auge da sua popularidade, estivesse acompanhando a Copa do Mundo. E mais ainda, foi surpreendente quando ela deu entrevistas a alguns veículos de comunicação dos EUA dizendo que gostaria de conhecer melhor Raí, o meia galã da Seleção Brasileira. O camisa 10 disse que ficou honrado, mas desconversou: “Gosto muito da minha mulher e da minha família, não quero confusão”, disse. A esposa de Raí, Cristina, não gostou muito dessa história e quando recebeu o telefonema de Raí, disse que já sabia porque a matéria ia sair em revistas brasileiras também.
9. Romário queria ter raspado o cabelo antes da Copa para homenagear Michael Jordan
Uma semana antes da estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, Romário cogitou a ideia de radicalizar e cortar o cabelo. O baixinho teve a brilhante ideia de raspar a cabeça e diziam ser em homenagem ao astro do basquete Michael Jordan, ele negou ser essa a motivação. A ideia, é claro, foi deixada de lado após amigos do craque o convencerem a manter o visual.
10. Para não repetir 90, o prêmio foi dividido igualmente em 94
A prova de que esse grupo era diferente dos anteriores é que uma das conversas mais importantes que tiveram foi sobre o que fazer com uma possível premiação. Por conta da experiência ruim de 1990, onde a parte financeira foi um grande motivo de atrito entre os jogadores, ficou decidido que dessa vez o dinheiro seria dividido igualmente entre jogadores, membros da comissão e funcionários da delegação como o roupeiro: “Isso era uma coisa nova (…) o roupeiro que te dava a roupa, te dava com prazer (…) tu via todo mundo feliz”, conta Romário.
11. Fio Maravilha visitou a Seleção no vestiário
Após o jogo contra Camarões, Parreira e a equipe receberam uma visita ilustre no vestiário: João Batista de Sales, o Fio Maravilha (aquele homenageado e eternizado por Jorge Ben Jor na música que levava seu nome) que morava em San Francisco e trabalhava como entregador de pizza, aproveitou a proximidade com a Seleção em sua cidade e foi dar um abraço no treinador.
12. Bebeto prometeu um gol para Leonardo no intervalo de Brasil x EUA
Durante o intervalo, bastante abalado, Leonardo chorou bastante e foi consolado pelos companheiros. “Nunca vi ele tão mal, acho que foi o momento mais triste da vida dele”, contou Ricardo Rocha. Leonardo conta que muita coisa passou por sua cabeça: “Não era só a expulsão, era saber que o jogador tinha ido para o hospital… eu querendo ir ao hospital e ainda tinha um segundo tempo pra acontecer”. Ele conta que foi neste momento que Bebeto entrou no vestiário e disse ao lateral: “Léo, não se preocupe não que eu vou fazer o gol da vitória”. E fez!
13. Juiz de Brasil x EUA era o mesmo que apitou final do Mundial do São Paulo em 1994
O árbitro escolhido para comandar Brasil x EUA era velho conhecido do futebol brasileiro. Tratava-se do francês Joël Quiniou. Ele havia apitado Brasil 0 x 1 Argentina quatro anos antes, na eliminação na Copa de 1990. Em compensação, ele também estava no apito quando o São Paulo venceu o Milan por 3 a 2 na decisão do Mundial Interclubes de 1993
14. Romário deu bronca em chefe da Delegação
O bonachão presidente do Palmeiras em 1994, Mustafá Contursi, era também o chefe da delegação do Brasil e enfrentou alguns problemas com os jogadores. Depois de vários atrasos na saída do ônibus do time da concentração para o treino, ele levou uma sonora bronca de Romário: “Você não joga, não faz gol, não defende. Você não faz nada. Por que a gente tem de te esperar?”, questionou o atacante na época. Mustafá nunca mais se atrasou.
15. Ricardo Rocha e Branco se pederam em Los Angeles
O zagueiro fanfarrão e o lateral alugaram um carro para visitar os familiares que estavam em hotel um pouco longe da concentração. Sem saber direito o caminho, foram se consultando com um mapa, tendo Ricardo — que não falava inglês — como guia. Em um dado momento, acabaram se perdendo e foram parar na contramão de nada mais, nada menos, do que a gigantesca ponte Golden State. Foram abordados pela polícia e sobrou pra Ricardo Rocha tentar resolver a situação: “Ele [policial] começou a gritar comigo e eu não entendia nada. A única coisa que eu lembrava era “please”, “Michael Jordan” e “Michael Jackson”. Não saía nada. Falei please oito mil vezes. Falei para o Branco que a gente seria preso. O que salvou a gente foi uma foto do time todo. O policial viu e falou: “Soccer, Brazil, Pelé?”. Aí, o Branco desceu do carro e o apresentei ao guarda: “This is Mr White”. Apresentei o endereço do hotel e o policial nos levou até lá. Demos um ingresso para ele assistir à final. Nunca mais vi aquele policial, mas ele foi ao jogo contra a Itália. Soubemos que ele havia ido buscar”.
16. Caixinha dos jogadores não rendeu
A equipe estava extremamente focada na conquista e um dos sinais foi o “fracasso da caixinha” criada peloo lateral Jorginho. A ideia é que cada jogador que chegasse atrasado ou cometesse alguma indisciplina tivesse que colocar dinheiro na caixinha. Não deu certo, a caixinha permaneceu vazia!
17. Brasil invicto na Califórnia
O Brasil passou oito horas sem ser vazado em jogos disputados na Califórnia. Taffarel não precisou buscar a bola no fundo das redes em nenhuma das cinco partidas que o país disputou no ensolarado estado americano, mas sofreu gols nos dois compromissos da Seleção em outras localidades — contra a Suécia em Michigan e dois contra a Holanda no Texas.
18. Romário ganhou carona de policial para voltar para concentração
Famoso por suas escapadinhas da concentração, Romário passou apuros justamente em um dia de folga. Ele se encantou por uma moça que conheceu em uma festa e resolveu levá-la para passear num parque que existia atrás da concentração, para onde ele deveria ter voltado às 22h. Pouco antes do prazo final, os dois voltaram para o portão de saída do parque, que estava fechado. Preso e possivelmente perdendo a hora. Sem chances de sair do local, o Baixinho se desesperou, até que olhando para o lado de fora do portão viu um carro da polícia, não pensou duas vezes, pegou uma pedra e, com a pontaria de artilheiro, arremessou. O policial se aproximou e Romário não falava nada de inglês. Arranhava espanhol e teve sorte: o policial era cubano, riu da situação inusitada e chamou alguém para abrir o portão. “O policial ainda me deu carona até a concentração. Bastava dar uma volta. Cheguei no máximo com 20 minutos de atraso “, ri Romário.
19. Seleção Brasileira benzeu hotel onde Colômbia havia ficado
Colombianos chegaram ao mundial como favoritos e acabaram caindo fora ainda na fase de grupos, além disso, viveram uma crise fora de campo com o assassinato do seu zagueiro Escobar, após a equipe voltar para casa. Na reta final da Copa a Seleção Brasileira foi se hospedar em Los Angeles, já que as duas últimas partidas da Copa (semifinal e a final ou em caso de derrota, a partida de disputa para o terceiro lugar) seriam realizadas no Estádio Rose Bowl, que ficava na cidade de Pasadena, nos subúrbios de Los Angeles. O local de hospedagem era o mesmo usado pela Colômbia em sua passagem pelos EUA. Sabendo da urucubaca que viveu a outra seleção, brasileiros fizeram algumas orações antes de entrarem no hotel, tiraram itens decorativos que foram deixados pelos colombianos e não usaram o mesmo quarto que foi de Escobar, que acabou servindo como sala de jogos e quarto do roupeiro.
20. Márcio Santos, que não errava pênaltis, decidiu mudar a cobrança na final e errou
“Fui influenciado pela preleção do dia do jogo, porque o Branco, o Dunga e o Taffarel jogavam na Itália nessa época (…). E os três falaram do Pagliuca, ele falhou muito pelo lado direito, vamos fazer ele trabalhar pelo lado direito (…) e eu só ouvindo. E no jogo ele teve umas falhas pelo lado direito. Aí fomos pros pênaltis. O Baresi errou e aí foi minha vez, o mundo inteiro me vendo. (…) Mas eu fui tranquilo até metade do caminho. E pensei, vou mudar, ele realmente falhou bastante pro lado direito. Vou bater pelo lado direito. (…) Eu fiquei tranquilo, porque o Baresi errou, então ficou zerado”, contou o zagueiro a um podcast.
21. Taffarel foi multado por usar luva irregular na festa do título
Ao ir para o pódio e receber o troféu de campeão, Taffarel trocou de luvas e passou a usar uma peça com o logotipo da marca em tamanho maior do que o permitido pelas regras da competição. Por conta da publicidade irregular, ele recebeu a suspensão e chegou a ser desfalque da equipe em algumas partidas da Copa América de 1995.
22. Ricardo Rocha foi beijar o chão na volta ao Brasil e queimou a boca
Fazia um calor absurdo de 38 graus naquele dia em Recife quando a Seleção pousou de volta ao Brasil.
O sempre espirituoso Ricardo Rocha teve a brilhante ideia de imitar o tradicional gesto dos Papas e disse que, assim que pisasse em sua terra, iria beijar o chão. Ele só não contava (ou havia esquecido) que o asfalto estava extremamente quente e acabou queimando os lábios. Ele mesmo conta que não estava nem aí: “Falei pros caras, pode estar o maior calor que for, eu vou dar um beijo no chão! Se queimar os beiços eu levo pra Pitanguy e ele arruma”, brincou. Dito e feito, ele foi um dos primeiros a sair do avião, carregando o troféu e mostrando para a torcida presente. Quando chegou no solo, entregou o troféu para o técnico Parreira e se abaixou para beijar o chão fervendo.
23. Os carrinhos de Raí
Causou espanto e admiração a forma como Raí entrou no jogo contra a Holanda. O camisa 10 perdeu a posição e a faixa de capitão durante o mundial, mas foi colocado em campo na reta final da decisiva partida das quartas de final para ajudar a equipe a manter a posse de bola. Ele entrou em campo e quase no mesmo lance deu três carrinhos em marcardores holandeses. Algo bem diferente do padrão dele, que era sempre mais conhecido pela técnica do que pela raça. O banco de reservas todo se levantou aplaudindo e comemorando, como gesto de união daquela equipe.
24. Jornal italiano aponta Brasil como campeão
Em pesquisa feita ANTES da Copa pelo jornal italiano Guerin Sportivo, que perguntou à 110 jornalistas do país quem venceria a Copa, 52% elegeram o Brasil como favorito a vencer a competição. A Itália vinha em segundo lugar com 27% e a Alemanha em terceiro, com 12%.
25. O voo da muamba
Ô taça pesada essa da Copa, hein?
Em 1994, a seleção brasileira quase ficou retida na alfândega ao voltar dos EUA por excesso de peso no avião. Na ida, o Varig que levou a delegação viajou com cerca de três toneladas, na volta eram mais de 15. A muamba brasileira foi contada em uma reportagem da Folha na época e revela que os tetracampeões aproveitaram a ida aos EUA pra dar uma bela forrada no inventário, o peso total das comprinhas trazidas pela galera era mais ou menos o equivalente à 365 aparelhos de televisão de 29 polegadas ou 131 geladeiras de 467 litros.
Ao chegar no Rio de Janeiro seria o procedimento padrão que os jogadores brasileiros passassem pela inspeção da Receita Federal. Porém, provavelmente já sabendo do volume de “bugigangas” contido no avião, Ricardo Teixeira, presidente da CBF na época, mexeu seus pauzinhos, chegando a ligar inclusive para Brasília para evitar a averiguação. Não precisou.
26. Zagallo, o recordista
A Copa de 94 foi o quarto título mundial de Mário Jorge Lobo Zagallo, mais conhecido como o “Velho Lobo” ou só Zagallo mesmo. Ele disputou 7 copas, chegou à final de 5 e ganhou 4, duas como jogador e outras duas como parte da comissão técnica da Seleção Brasileira.
27. Ricardo Rocha e os Kawasaki
No vestiário do Rose Bowl pouco antes da semifinal, os jogadores estavam de mãos dadas depois de rezarem antes da final quando Ricardo Rocha, sentindo o nervosismo, resolveu apaziguar os ânimos. “Lutamos muito e chegamos aqui — vamos fazer como aqueles japoneses, os kawasakis”, bradou, confundindo os kamikazes, famosos pilotos japoneses da Segunda Guerra, com a empresa fabricante de motocicletas.
28. A faixa em homenagem à Senna foi impressa antes da final
A famosa faixa “Senna, aceleramos juntos… o tetra é nosso”, foi improvisada e impressa nos EUA por Américo Faria. A ideia de homenagear o piloto falecido em maio daquele ano já existia. Tanto que a Seleção levou uma faixa feita direitinha. Porém, ela continha um erro: o nome do piloto estava escrito como “Sena”. No meio da festa ela também foi exibida, mas ninguém ligou para o erro, diante de tanta euforia pelo título.
29. Dunga xingou a imprensa paulista após erguer a taça
Ao erguer o troféu de campeão do mundo, o meia Dunga desabafou em seu nome e de toda equipe. Depois de se sentir muito criticado pela derrota do Brasil na Copa de 1990 e pela campanha ruim das Eliminatórias, especialmente pela imprensa de São Paulo, o camisa 8 aproveitou a ocasião para xingar: “Fotografem aí, seus traíras”, disse aos fotógrafos.
30. Dupla imbatível
O Brasil disputou 23 partidas com Bebeto e Romário em campo — e não perdeu uma sequer (17 vitórias e seis empates). A dupla colocou 33 bolas na rede nesses jogos, das quais oito na Copa de 1994.
fontes: