Entrevista com Hélio Matukawa

Encontro Literário
Encontro Literário
5 min readJun 8, 2020

Bem vindo apaixonado leitor, hoje o seu encontro literário é com Hélio Yassuo Matukawa. Escritor do livro Drops. Embarque nessa conversa casualmente poética.

Texto escrito pela Ale do poeira de saturno.

- Encontro Literário: Oi Hélio, um prazer em te ter aqui com a gente. Pode me falar um pouco sobre você? Seu nome, idade e de onde é.

- Hélio: Antes de me apresentar, gostaria de agradecer pelo convite e dizer que fico honrado em inaugurar esse espaço. Bem, meu nome é Hélio Yassuo Matukawa, o Hélio. Tenho 32 anos, nasci e resido em Embu das Artes, município da Grande São Paulo. Atuo profissionalmente como programador, o que denuncia que sou da área de exatas. Tenho formação técnica em redes de computadores e não cheguei a concluir a faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Apesar de carregar Yassuo no nome, nunca joguei LOL. Também não sei falar japonês e não, não gosto de peixe.

- Encontro Literário: Me conte um pouco da tua história com a escrita. Como foi seu processo de se encontrar como escritor?

- Hélio: Não sei precisar quando começa meu histórico de escritor. Tenho alguns textos no Facebook de 2011 e alguns outros perdidos no blog do WordPress (que foi desativado) de um pouco antes. Talvez se eu revirar o histórico do Orkut encontre algo também.

O que eu considero como ponto de partida para a escrita é uma publicação que fiz para meu pai, após um período em que ele ficou internado. Falei sobre amor nessa publicação, e um dos comentários dizia que eu estava apaixonado. Decidi então que romantizaria todas as minhas postagens, criando uma espécie de personagem no Facebook. Em paralelo, as postagens no Twitter eram mais pessoais, em tom de desabafo.

Com o “surgimento” do personagem, passei a escrever com mais frequência e abandonando — mas não totalmente — os desabafos.

Atualmente, tenho assumido mais a alcunha de escritor, além de assimilar a posição de referência.

- Encontro Literário: Sei que você lançou um livro chamado “drops”, como foi o processo de publicação e escrita?

- Hélio: Apenas pra contextualizar, vou voltar um pouco na linha do tempo. A ideia de publicar um livro surgiu em uma resposta de um e-mail que mando todo final de ano a meus contatos. A primeira resposta foi em 2013, sendo reforçada nos dois anos seguintes. É como uma semente que é plantada, e depois regada. Lembro que, em algum momento entre a primeira resposta e a decisão pela publicação, eu escolhi o nome: Drops. Comentei com alguém da família, inclusive.

Em 2014, criei uma nota no Evernote para textos que seriam inéditos. A base do livro está no Evernote, algumas outras notas foram criadas por questão de organização. Mas foi em 2016 que decidi que faria a publicação de um livro. Comecei a separar os textos em capítulos, procurei textos antigos nas redes sociais e após aproximadamente 6 meses, eu tinha todo o conteúdo organizado.

Procurei na Internet sobre autopublicação e decidi então que faria o processo por uma editora. Após a solicitação de orçamentos, decidi pela Lura, sendo o contrato assinado em 20 de novembro de 2016.

A partir dessa data, todo o processo criativo ficou por conta da editora: criação da capa (que eu havia sugerido), ilustrações (também tiveram instruções minhas) e diagramação. Em 13 de junho de 2017, o livro chegaria às minhas mãos.

- Encontro Literário: O que te inspira artisticamente?

- Hélio: Acredito que inspiração seja um dos maiores desafios de quem produz conteúdo. Também não acredito que exista uma “fórmula secreta” para a inspiração. Alguns pontos que considero importante são a cobrança, o conhecimento e a admiração.

A cobrança deve existir, mas sem excessos. Devemos buscar um equilíbrio: temos que produzir, porém, dentro de nossas limitações.

O conhecimento nos abre possibilidades, pois nos permite enriquecer o vocabulário, além de ampliar o leque de temas que conseguimos tratar com propriedade. Isso é importante para não nos mantermos presos a um determinado tema.

É possível se inspirar em palavras, músicas ou mesmo no dia-a-dia. E também em textos ou pessoas que admiramos. Vale ressaltar o cuidado para manter seu estilo, sem se tornar uma cópia dos admirados.

- Encontro Literário: Houve apoio para publicar o seu livro?

- Hélio: Como fiz um projeto independente, não houve incentivo além da motivação inicial. Inclusive, minha própria família só soube da publicação do livro quando entreguei os exemplares em mãos.

- Encontro Literário: Você tem apoio no meio artístico?

- Hélio: Acho que posso destacar o apoio do Carlos Ruas, da Raquel Segal e do coletivo Chorar de Alegria. Todos eles foram muito atenciosos comigo durante os eventos, tive inclusive a oportunidade de reencontrá-los em outras oportunidades. Também tenho o apoio de diversos criadores de conteúdo, inclusive dos membros da Encontro Literário.

O Ruas é criador do blog Um Sábado Qualquer, que fará 12 anos em 2020. Ele é o responsável pelo Instagram de mesmo nome, além do Mundo Avesso e Cães e Gatos, cujo livro foi lançado pela editora Planeta. Raquel é da página Aquele Eita e autora do livro Sempre faço tudo errado quando estou feliz, também da editora Planeta. O coletivo Chorar de Alegria é composto por 5 autoras que contam suas experiências enquanto mulher. Lançaram um livro homônimo, com o selo Globo Alt.

- Encontro Literário: Qual conselho que você daria para quem quer seguir no mundo literário e tem medo ou não sabe por onde começar?

- Hélio: Acho que o mais importante é começar. Há diversas plataformas onde podemos divulgar nossa arte, inclusive de forma anônima, caso você não queira expor seu nome.

Depois de começar, procure manter uma rotina para conquistar público. Estar próximo ao seu público também é importante: você receberá incentivo de seus seguidores, e ganhará bons amigos também.

Quanto à publicação de livro, a dica é: organize seu conteúdo. Com o conteúdo organizado, pesquise editoras que atendam sua proposta e seu conteúdo. Defina a forma de publicação: tradicional, prestação de serviço, financiamento coletivo, independente (sem editora). Após essa definição, escolha as editoras para enviar seu original para avaliação ou orçamento. E paciência. A publicação de livro por si é um processo demorado. Algumas respostas podem demorar.

- Encontro Literário: Por último, me fale sobre seus projetos atuais.

- Hélio: Atualmente estou em fase de produção de um livro, juntamente com a editora. O lançamento está previsto para esse ano. Em relação às redes sociais, reformulei recentemente meu Instagram, dedicando-o a postagem de textos. Também criei uma conta no Medium, onde pretendo me dedicar a um conteúdo diferente dos postados nas demais redes sociais.

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