TANTO ESFORÇO PRA SER OTIMISTA
Eu não tenho dúvida
sobre o que devo falar.
Tenho um corpo pesado e flutuante.
E o poder de calar
uma boca espumante
e o poder de dar uma desculpa.
Me esquivo brilhante
na hora de rebater a verdade.
Fazendo movimentos singelos,
respeitando minha pouca idade,
que, apesar de todos flagelos,
persiste numa apatia litigante.
Meus olhos estão exaustos
das mentiras nesse ritmo frenético.
Do carnaval de covas abertas,
de chorar um velório cibernético
em que poucas são coisas tão certas
quanto a alma do corpo de Fausto.
Se as palavras não fossem tão enigmáticas,
não estaríamos nós nesse calabouço.
Vulneráveis, mas não expostos.
Quem sabe segurando a corda do poço!
Resgatando e recuperando os esforços…
Acolhidos pelo discurso e energizados pelas práticas.