A fotografia e suas diferenças
No dia 30 de abril, o convidado especial para a aula de ATPA 3 da dra. Maria Cristina Castilho Costa foi Cristiano Burmester. Antes de ser fotógrafo, ele se formou em Economia e tem seu doutorado em Comunicação e Semiótica. Seu trabalho com a fotografia se iniciou em 1992, onde já realizou trabalhos para National Geographic, UnespCiência, etc. Ademais, ele também é professor na PUC-SP e autor de dois livros, um deles é “Conhecendo o Mar do Brasil: fauna e flora”.
No início do encontro, Cristiano pontuou questões importantes sobre a fotografia. O primeiro ponto foi a força do registro que apresenta algumas características, como modernidade, verossimilhança, documento histórico e narrativa do real visível. Para relacionar, ele comentou sobre o crescimento da tecnologia, do acesso ao celular e maiores fotografias provenientes de múltiplos usuários, ressaltando a ideia de um “olhar moderno” que é possível registrar fotos em tempos cada vez menores, como exemplo, o “stories” do Instagram.
Com essa transformação na rapidez dentro da fotografia, ele falou sobre as imagens e a contemporaneidade. Neste tema, discute-se a credibilidade da foto, devido ao embate entre ficção e realidade, além da presença de tensão entre objetividade e subjetividade e também a existência de novas narrativas.
Para exemplificar os conceitos e pontos trazidos durante o bate-papo, Cristiano trouxe nomes como Philip Lorca DiCorcia que é um fotógrafo americano muito influente e inovador no atual, principalmente, porque há trabalhos feito por ele que possui uma relação teatral-documental. Assim como na imagem abaixo tirado por DiCorcia:
Ele também falou sobre Ana Carolina Fernandes, fotojornalista brasileira, que trabalhou em jornais de grande circulação como Folha de S. Paulo e O Globo, ela também detém de um trabalho espetacular. No que tange ao seu trabalho, existe a notoriedade sobre a Baía do Guanabara em que ela realizou fotos singulares, tendo a foto publicada no The New York Times.
Outro nome trazido por Burmester foi JR. Este artista francês revoluciona a fotografia ao trazer novas narrativas em suas fotografias tiradas em locais públicos, muitas vezes, usufruindo do efeito em preto e branco.
Por isso, toda a forma de explicação trazida por Cristiano Burmester foi essencial para entender as diferenças na fotografia. Compreender a particularidade de cada trabalho e também o contexto permite a percepção sobre a transformação desta arte que carrega uma carga de relevância histórica, social e cultural.
De modo importante, Cristiano ter trazido sobre as narrativas modernas, diferença entre análogico e digital, dentre tantos exemplos de fotógrafos e fotógrafas, tocou os alunos da Educomunicação para entender ainda mais o impacto da fotografia dentro e fora da mídia, nas memórias históricas ou pessoais, tiradas de forma rápida ou não, para perceber tal dimensão de arte. A arte, assim como colocado pelo fotógrafo Henri Cartier Bresson: “Fotografar é uma atitude, um modo de ser, um modo de vida”.
Referências
Os Veios Abertos da Baía de Guanabara — Série de fotos da carioca Ana Carolina Fernandes sobre a agonia da Baía de Guanabara foi uma das premiadas do Prix Photo Aliança Francesa. Disponível em: https://diariodoporto.com.br/os-veios-abertos-da-baia-de-guanabara/. Acesso em: 30 de maio de 2019.
O artista francês que insiste em virar o mundo pelo avesso. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/30/cultura/1509385421_593585.html. Acesso em: 30 de maio de 2019.
Philip-Lorca diCorcia: hiper-realismo e comentário social. Disponível em: http://foto.espm.br/index.php/sem-categoria/philip-lorca-dicorcia-hiper-realismo-e-comentario-social/. Acesso em: 30 de maio de 2019.
