A necessidade humana de contar histórias
Os encontros de 30 de abril e 14 de maio me trouxeram a mesma reflexão. Conversamos com os professores Cristiano Franco Burmester e Cesar Bargo Perez sobre fotografia e cinema, respectivamente. As áreas dialogam entre si, e as duas se tratam da escolha do recorte das imagens retratadas, além da manipulação entre o que vemos e o que queremos que seja visto.
Além de conversarem entre si, é importante pensar sobre a potencialidade que a fotografia e o cinema tem na educação. São dois recursos capazes de trazer visibilidade à diferentes temas, além de criar novos tipos de narrativas, que podem tocar e interessar as pessoas de outras formas.
Os dois professores trouxeram projetos pessoais que ilustram as maneiras de como se apropriar destas áreas: Cristiano fotografa donos de pequenos serviços (como sapateiro, chaveiro, etc) que tem lojas autônomas em bairros passando por processos de gentrificação. Desta forma, o fotógrafo escolhe dar voz à indivíduos que estão tendo que lidar com a sua invisibilização em uma cidade que vai perdendo, cada vez mais, sua pessoalidade. Já César tem um projeto chamado Videopinião, no qual trabalha a questão que o “efeito câmera” têm nas pessoas. Quando uma câmera é iniciada, todos se transformam, o ar espontâneo das conversas se perde.
Para ilustrar seu projeto, faz uma proposta para a sala: passa um vídeo de diferentes pessoas contando a mesma história, para que nós avaliemos qual que é a história original. O mesmo artifício é utilizado pelo cineasta Eduardo Coutinho em “Jogo de Cena” (2007). Isso trabalha a questão: mesmo que a história não seja minha, eu não me aproprio dela enquanto a conto?