Ancestralidade Circense
No dia 19 de março, nossa sala foi apresentada à palhaça Mariana Gabriel. Mariana também é diretora de cinema e veio nos apresentar o seu documentário, que relaciona esses dois aspectos de sua vida. A paixão de Mariana pelo circo vem de sua avó, Dona Maria Eliza Alves, que deu vida ao palhaço Xamego. Mesmo sendo um palhaço homem, Dona Maria foi uma das primeiras mulheres a ser palhaça no Brasil. Era impossível não ser contagiado com a emoção de Mariana ao exibir o documentário “Minha avó era palhaço” (2016), que conta a trajetória de Dona Maria e sua família, que eram os proprietários do Circo Guarani.O palhaço Xamego era (e ainda é!) um verdadeiro enfrentamento ao racismo e machismo da sociedade.
Apesar da diretora não ter vivido os anos do Circo, ele está presente em sua história e sempre foi um ponto de aproximação com a sua avó. Mariana fala com muito entusiasmo sobre a importância da arte circense, que enxerga a realidade de maneira não convencional. No Brasil, o circo viajante acabava possibilitando a aproximação à cultura, já que muitas das cidades visitadas não tinham nenhum tipo de incentivo cultural.
A potencialidade que Mariana enxerga no circo de sua família e que tenta carregar em suas próprias apresentações é a da utilização do humor como ferramenta crítica e pedagógica. Ao se reconhecer no circo, ela honra e descobre suas heranças enquanto cria sua própria identidade.