Laís Matias

“Eu vou fazer a minha própria busca”

Laís é artista e arte educadora. Seu trabalho poético trás a tona questões de gênero, sexualidade e raça de forma sensível, através de um recorte pessoal e cotidiano.

Este é o segundo momento no semestre em que temos contato com a trajetória de uma artista que está em processo de formação, e sinto que estes contatos são particularmente revigorantes para nós, que também estamos em processo de formação. Ver alguém que, assim como você, está no processo de encontrar sua voz e lugar no mundo, e ao mesmo tempo experimentando e ocupando espaços é muito inspirador.

A conversa com Laís me lembrou de alguma forma a experiência que tivemos com Mariana, diretora de “Minha avó era palhaço”. As duas tem em primeiro plano essa jornada que se reflete em seus trabalhos, uma busca por sua própria identidade que passa por uma compreensão de sua ancestralidade. Uma linha tênue entre artista e obra.

Ao longo da conversa, Laís também nos trouxe referências de artistas contemporâneos que não estão contemplados nem nos holofotes do mainstream, e nem nos cânones da arte acadêmica. Esse levantamento faz parte de uma busca da artista por um referencial representativo de fato, e trás a tona também uma crítica necessária a falta de representatividade na arte estudada na academia. Em relação a educomunicação, a questão que ficou para mim foi a da importância de, enquanto educadores, estarmos atentos a questão da representatividade em todos os níveis. Se queremos construir uma sociedade plural, e se queremos pensar a comunicação de forma crítica, é fundamental que nós também estejamos atentos as nossas referências.