O audiovisual, cine clube e ensino

Tainah Barata
Encontros com a Arte e os Artistas
3 min readJun 25, 2019

Nesse encontro sobre audiovisual, consumo e acessibilidade, Claudia Mogadouro, como convidada, pode falar um pouco sobre o histórico do cine clube e a sua importância na formação pessoal e curricular.

Com o seu trabalho de formação de professores na rede municipal e no cine clube que organiza, Cinema Paradiso, a convidada pôde expor uma discussão que acontece a partir do entendimento do cinema como linguagem.

Dessa forma, apresenta o audiovisual como gerador de conversa e como isso auxilia no desenvolvimento de pontos empáticos com o educando, ou qualquer que seja o público da discussão, e também na elaboração de pensamento critico.

Entendendo esses pontos, é possível conversar sobre a falta de legitimidade que o uso do audiovisual tem nas escolas e como seria possível mudar essa lógica, mudando também a lógica de utilização da produção audiovisual, que ainda se encontra muito restrita a dicas de filmes sobre determinados temas de matérias, sempre separadamente: Historia, Geografia, Português. Uma reflexão válida seria trabalhar isso aproximando a linguagem para o estudo dos contextos da época a partir de escolas cinematográficas, de cineastas importantes do Brasil e do mundo, gerando, assim, discussões que atravessam a grade curricular comum; trazem repertório e conhecimento de mundo amplo.

Entendemos a partir desse encontro a importância de não restringir o cinema a uma disciplina, mas sim entendê-lo como algo transdisciplinar (o que aí conversa com conhecimento de mundo e utilização e acessibilidade de forma mais coerente), que conversa e acontece com a experiência educativa de forma que visa a transformação daquele ambiente e pessoas.

E nessa discussão, entra o trabalho da Claudia Mogadouro de formação de professores, porque é necessário não só estender isso aos alunos, mas transformar a perspectiva dos profissionais que trabalham com a educação: desde o repertório até a aceitação e validação do uso do audiovisual, para então a mudança de lógica de consumo e fazer com que essa extensão aos educandos se transforme em comunicação, diálogo, transversalidade.

E a Educomunicação conversa com essa questão e com o Cinema Paradiso/os cine clubes a partir de estudos de recepção, o poder da mediação que é apresentado, a formação do sujeito enquanto consumidor consciente e critico e a possibilidade do saber descentralizado. Assim, fica a reflexão de que forma, nós, enquanto educadores, podemos nos apropriar das diferentes linguagens presentes no nosso repertório para facilitar os processos de aprendizagem.

Com Cesar Bargo também falamos sobre cinema. E as análises e reflexões ficaram por conta do entendimento da estrutura prática do audiovisual e da representação de narrativas. Há uma complementação entre esses dois convidados. Dessa forma, enquanto um gera um engajamento para a observação do uso e dos valores atribuídos, o caso da Claudia, o outro, percorre a partir da compreensão da estrutura audiovisual e recortes de narrativas para gerar uma discussão a respeito da arte como expressão que requer mediação.

Assim, falamos a respeito da imagem e ilusão, como o recorte da realidade é totalmente manipulável, assim como as narrativas, e como, dessa maneira, o telespectador está suscetível as tendências passadas pela produção audiovisual. isso entra em uma questão de percepção visual e foco.

Tudo isso é discutido de uma maneira que nos faz chegar em como até o enquadramento mostra um aspecto da verdade, uma leitura de mundo, um tipo de percepção. O que traz uma reflexão critica a respeito das produções sobre julgamento de valores pessoais. Então, é importante notar todos esses aspetos teóricos de como acontece a montagem, para entender o porquê das escolhas de quem os produziu e assim auxiliar na interpretação, que mais uma vez nesses encontros, percebemos que é subjetiva mas não pode ser, se tratando de profissionais da educação, livre de questionamentos e de uma visão critica.

Dessa forma, entende-se a partir dessas duas conversas que todo registro é uma mediação da realidade. E que há uma construção esquematizada das narrativas. Sendo totalmente importante para um educador entender sua produção para conseguir consumi-la de forma que traga autonomia e não dependência.

Palestra Claudia mogadouro e Cesar Bargo

2 encontros

--

--