O nosso eu mais profundo: Tatadrama

“A verdadeira maturidade é atingir a seriedade de uma criança brincando”. É com esta frase de Soren Kierkegaard, filósofo, poeta e crítico social, que é possível fazer relação à importância do ato de brincar demonstrado no “Encontro com a arte e artistas”, onde se teve o método Tatadrama com os alunos da Educomunicação, ECA-USP.

O método Tatadrama, surgiu em 2002 e utiliza de bonecas vindas de Crato — Ceará — Brasil, que são representações da cultura do nordeste. Estas bonecas, confeccionadas pelas artesãs “Bonequeiras no Pé de Manga”, são usadas com um conjunto de técnicas para estimular a reflexão e as vivências de cada indivíduo que participa da “Oficinas da Vida”.

Neste vídeo abaixo, pode-se ver Elisete Garcia falando sobre o método:

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tPn8ug-kS90

A recepção do encontro foi feita por Elisete Leite Garcia que é graduada em Comunicação Social, é psicóloga clínica e psicodramatista socioeducacional. O encontro, acompanhado de música, iniciou com explicação sobre o método e os objetivos. Dentro da dinâmica, foram trabalhados todos os sentidos: tato, olfato, audição e visão, com o intuito de aflorar emoções positivas para futuro desenvolvimento de equilíbrio pessoal.

Além disso, as bonecas foram apresentadas para que cada participante escolhesse uma. Ao escolher, para promover a imaginação e a identificação, podia transformá-la de acordo com as características, acessórios e roupas por meio do gosto individual.

Foram minutos de criatividade, diálogo e brincadeira. O contato com as bonecas permitiu uma volta ao passado e uma conexão com o eu mais profundo de cada pessoa presente. O método Tatadrama extremamente educomunicativo dedica-se às inquietações pessoais, sociais, dentre outras. A boneca como objeto intermediário vem para estabelecer características sistematizadas por Rojas Bermúdez:

“1. Existência, real e concreta.

2.Inocuidade, que não produz reações de alarma.

3. Maleabilidade, podendo ser utilizado em situações diversas.

4. Transmissor, permitindo a comunicação que facilita o vínculo.

5. Adaptabilidade, que respeita as necessidades do sujeito.

6. Assimilabilidade, produzindo uma relação íntima e solidária.

7. Instrumentalidade, potencializando a ação dos objetos envolvidos.

8. Identificabilidade, para ser aceito rapidamente.”

Por isso, entrar em contato com o “eu” mais profundo traz múltiplas percepções essenciais para o desenvolvimento de “quem sou” e “quem quero ser”. Projetar vontades e pensamentos futuros na boneca remete a imaginação da fase infância. Estar em contato com a criança interior é de extrema primordialidade para entender todo o social e o outro, criando então, uma maior empatia ao interior de outrém.

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