Bruna K
Encontros com a Arte e os Artistas
2 min readJun 26, 2019

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Passado Urbano

Cristiano Burmester foi o nosso convidado do dia 30/04, é um fotógrafo profissional desde 1993, leciona Fotografia na PUC-SP e veio contar sobre seu trabalho e sua história dentro da fotografia. Durante a conversa, ele conta sobre sua história dentro da fotografia, com o que e quem já trabalhou e outros fotógrafos que o inspiram e se destacam. Diferente de Angélica, ele faz de sua fotografia seu ganha pão, fez muitos trabalhos para grandes empresas com suas fotos e além disso dá aulas.

Cristiano apresenta produções fotográficas de todos os estilos e explica como que cada um tem seu momento com cada estilo de fotografia e cada fotógrafo tem sua personalidade envolvida nas fotos, como por exemplo, ângulo, luz, o que destaca, o que evita etc. Ele comenta que o que o cativa para futuro projeto é fotografar donos de pequenos negócios, como chaveiro, borracheiro, reparador de cadeira, sapateiro, vendedor de coco. Profissões que estão sumindo ou se transformando com a mudança urbana, a mudança para algo industrial, grande, maquinário, quer registrar essas pessoas e seus trabalhos.

Além disso enalteceu fotógrafos de todo o mundo que também retratam com um cunho social cujos trabalhos são imensamente críticos sobre a sociedade, sobre o que está se perdendo, o que está se ganhando e como está mudando. tais trabalhos chocam, são impactantes e te fazem refletir muito sobre o que é a sociedade.

Particularmente, suas fotos sobre os trabalhadores urbanos que estão escondidos nessa multidão dizem muito no que a cidade está se tornando e o que ela era, o que São Paulo era. As imagens me impactaram pois me lembraram muito minha infância com a minha avó, ela ia muito nesses lugares e ainda procura ir neles sempre. Ela sempre tinha um sapateiro, chaveiro, borracheiro, costureiro de confiança e foi a vida inteira neles, até eles se aposentarem ou ela perder o contato. Hoje em dia isso é extremamente raro de se ver, parece que tudo é mais volátil, que tudo é menos confiável, tudo se troca por nenhum motivo. Essas imagens me fizeram pensar sobre isso, retratar essas pessoas tem um valor altíssimo, historicamente, socialmente e emocionalmente.

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