Rhythm o: Videoperformance e durabilidade

Performance “Rhythm o” de Marina Abramović.

Convidada do “Encontro com à arte e artistas”, a formada em Ciências Sociais, Eliana Angélica, participou da aula de ATPA III no curso de Educomunicação, ECA-USP, no dia 21 de maio.

Eliana trabalha no Núcleo de Educomunicação da Prefeitura de São Paulo e realiza curso com o tema “Videoperformance, arte e interdisciplinaridade na escola” para a formação de educadores em uso das mídias no espaço escolar. Como alguns dos objetivos desse curso promovido pelo Núcleo de Educomunicação estão: 1) promover o desenvolvimento de estratégias; 2) trabalhar as linguagens artísticas (teatro, música, etc); 3) dar suporte aos professores da rede pública e 4) orientar à prática interdisciplinar dos doutores da rede.

Dentro da temática de videoperformance, a cientista social apresentou o significado de performance que seria uma expressão artística que se dá em um espaço e tempo, podendo unir ou não à arte, dança e teatro, etc. A palavra performance tem origem no latim da palavra “formare” que detém dos significados “formar, dar”, já o prefixo “per” dá o sentido de desenvolver algo.

O videoperformance que é a especialidade do curso de Eliana não é algo efêmero como a performance, pois há a utilização do vídeo como “arquivo” da performance, tendo uma durabilidade diferente. Para que os alunos da Educomunicação entendessem melhor a respeito desta arte, Eliana trouxe exemplos de artistas que fazem videoperformance.

Um dos exemplos trazidos por ela foi Marina Abramovic que nasceu em Belgrado no ano de 1946, com especialidade em arte performática, teve uma das performances chamada de “Rhythm o” que gerou grande polêmica na época. Nesta performance, Marina colocou-se imóvel para as pessoas presentes por longas seis horas. Existia a placa com as instruções: “Há 72 objetos na mesa, que podem ser usados em mim como desejado. Performance. Eu sou o objeto. Durante esse período, eu assumo total responsabilidade. Duração: 6 horas (20h — 2h)”.

Com isso, ela recebeu abraços e beijos, mas teve também o corpo abusado e torturado, até que chegou a situação de uma pessoa com uma arma querer agredi-la e outra tentando protegê-la. Marina deu a declaração a respeito da performance: “Esta performance revela algo terrível sobre a humanidade. Mostra o quão rápido uma pessoa pode te machucar sob circunstâncias favoráveis. Isso mostra o quão fácil é desumanizar uma pessoa que não luta, que não se defende. Isso mostra que, se tiver a oportunidade, a maioria das pessoas ‘normais’ pode se tornar realmente violenta”.

Para além disso, foi trazido também Eduardo Kac como performista. Eduardo é brasileiro. Ele iniciou as performances sobre política e humor, trabalhou na rede videotexto em 1985/86. Também criou obras como “Rara Avis”, “A-positivo” e “Time Capsule”. Ele é um grande marco de performance do país, já que a inovação é característica de sua arte.

“Time capsule” — obra de Eduardo Kac. Disponível em: http://www.ekac.org/TC20_2017.html.

Por fim, Eliana, após apresentar seus exemplos de videoperformance e de contar toda sua trajetória, promoveu maiores reflexões acerca da arte dentro da Educomunicação. A essencialidade de entender a particularidade de cada performance e videoperformance concretiza sua relação às interfaces entre comunicação e educação.

Referências

Performance e história. Disponível em: http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/k-n/FCRB_AntonioHerculano_Perfomance%20e_historia.pdf. Acesso em: 01 de junho de 2019.

Relembre: A performance artística perturbadora de Marina Abramović. Disponível em: https://home.naoacredito.com.br/marina-abramovic/. Acesso em: 01 de junho de 2019.

Biografia de Eduardo Kac. Disponível em: http://www.ekac.org/kac2.html. Acesso em: 01 de junho de 2019.

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