Açorianidade, o umbigo do mundo.

A paixão pela fotografia. A ilha de Santa Maria como mote inspirador a novos projectos. Pepe Brix, vencedor do Prémio Gazeta 2015, fala-nos das suas motivações pessoais.

JAUPA
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2 min readFeb 8, 2017

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“ Depois de algumas voltas pela Europa numa vida do circo, os meus avós paternos acabaram por assentar nos Açores. O meu avô, que toda a vida trabalhara com cavalos, vende a sua cota do circo e compra uma câmara fotográfica à la minute. Mal sabia ele que gesto iria construir um legado fotográfico que atravessaria gerações.

A fotografia teve por isso um peso bom na minha vida, desde muito cedo. Também as mágicas histórias de uma família nómada foram algo que me alimentaram o imaginário, e me deixaram a sonhar com o mundo e com a importância de o descobrir..

Pepe Brix na exposição fotográfica “Mar Bravio”.

Cresci a acreditar que viajar e abrir portas às mais peculiares realidades não se trata apenas de viver uma grande aventura mas é acima de tudo uma ferramenta importante no processo de auto-descoberta.

Santa Maria é hoje uma espécie de incubadora de novas ideias e um ninho tranquilo cuja energia me permite pensar e projetar as novas fases dos trabalhos que desenvolvo fora da ilha.

A ilha e os Açores são um motor importante no polir dessa vontade. A “açorianidade”, tantas vezes repetida no legado de Vitorino Nemésio, é a causa e a consequência desta forma tão profunda de olharmos para o mundo que nos contempla. Santa Maria é hoje uma espécie de incubadora de novas ideias e um ninho tranquilo cuja energia me permite pensar e projetar as novas fases dos trabalhos que desenvolvo fora da ilha.

Citando a nobre pensadora açoriana Natália Correia:

“Ninguém se pode possuir inteiramente, porque se ignora, porque somos um mistério. Para nós mesmos. Podemos sim, ser mais conscientes de uma determinada missão que temos no mundo.”

A minha recomendação é também uma das minhas mais fiéis companheiras de viagem.

Deixo-vos então um álbum que é um exemplo de como a interação entre culturas pode ser uma poderosa ferramenta de criação. Este é um álbum que marca todo um processo de influência da música indiana nas composições dos Beatles e que acabou por resultar na difusão da música clássica indiana e de todo um mundo espiritual na cultura ocidental. Um álbum de Ravi Shankar, produzido por George Harrison.”

Pepe Brix

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- Associação de Jovens Açorianos Unidos Pelos Açores