Como se promove um festival com projecção internacional?

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5 min readFeb 22, 2017

Sebastião Medeiros, Técnico de Turismo, explica os desafios e responsabilidades da equipa encarregue da comunicação e divulgação do FolkAzores — um festival internacional de folclore de renome.

“ No final do ano de 2015, fui convidado pela direção do Comité Organizador de Festivais Internacionais da ilha Terceira para colaborar e constituir uma equipa para trabalhar em prol da comunicação e promoção do Festival Internacional de Folclore dos Açores ( popularmente conhecido até então como COFIT). Este festival de Folclore assume, anualmente, a missão de trazer à ilha Terceira grupos de dança tradicional de vários países espalhados pelo Mundo inteiro. Estes grupos viajam até aos Açores para apresentar as suas danças populares e participar em diversos desfiles bem como constituir uma orquestra composta por vários músicos provenientes de cada país. Ao longo da semana são realizadas atividades lúdicas que culminam num espetáculo final, onde cada país exibe a sua dança tradicional perante um público que conta com cerca de 5 mil espectadores.

Nesse contexto, a organização do festival sentiu a necessidade de reforçar a comunicação do festival, sabendo que esta área é fundamental para o seu crescimento e desenvolvimento.

Actuação do grupo romeno {NOME } — Foto cedida por Dept. Comunicação

Aceite o desafio, foi constituída uma equipa. Amigos como é óbvio! Jovens que poderiam não ser especialistas na área mas com convicção e determinação de comunicá-lo da melhor forma possível. Assim traçámos, logo de início, vários objetivos:

  • Uma nova denominação do Festival;
  • Organizar uma estratégia de promoção;
  • Criar uma identidade visual;
  • Torná-lo num produto turístico;
  • Fazer do festival notícia;
  • Atrair novo público;
Actuação do grupo francês {NOME}, na Gala Final do Folk Azores 2016 — Foto cedida por Dept. Comunicação

Nesse contexto, a organização do festival sentiu a necessidade de reforçar a comunicação do festival, sabendo que esta área é fundamental para o seu crescimento e desenvolvimento.

Aceite o desafio, foi constituída uma equipa. Amigos como é óbvio! Jovens que poderiam não ser especialistas na área mas com convicção e determinação de comunicá-lo da melhor forma possível. Assim traçámos, logo de início, vários objetivos:

1. Naming: O festival era conhecido na ilha como COFIT, mas não sendo esse o seu nome, mas sim, Festival Internacional de Folclore dos Açores, este passou a ser o nosso 1º desafio: o festival tinha que ter um nome próprio pelo qual fosse identificado com valor comercial. Se este é internacional, deve ter ele também um nome internacional. Pesquisámos exemplos de outros festivais e eventos internacionais e, todos eles tinham o nome do local e onde este decorria, assim como a temática do evento. Após algum brainstorming, eis que salta um nome para cima da mesa: FOLK AZORES.

2. Organizar a sua promoção: Foi necessário organizar e melhorar plataformas tais como o site, páginas nas redes sociais (que eram promovido em 3 contas diferentes) conta no Instagram, entre outros.

3. Criar uma identidade visual, de forma a que esta fosse mais apelativa, e não apenas com a preocupação de criar um cartaz, mas toda uma identidade, para que, cada trabalho gráfico, esta fosse facilmente identificada como FOLK AZORES.

Imagem alusiva à Promoção Turística — Imagem cedida pelo o Dept. Comunicação

4. Folk Azores como Produto Turístico: Foram criados pacotes turísticos, no sentido de apelar à vinda de pessoas do continente para a ilha Terceira e assistir ao Festival. Este pacote incluía bilhete para o festival, viagem e estadia e ainda uma ida a mais que uma ilha. Foi também criada uma parceria com a companhia AtlânticoLine. Esta parceria consistia no seguinte: quem viajasse de barco inter-ilhas, teria direito a um bilhete para assistir ao espetáculo final do Folk Azores, gratuitamente.

5. Fazer do Festival Notícia: Conseguimos que o festival fosse referenciado em vários órgãos de comunicação social, tanto locais, como nacionais, através do envio de notas de imprensa, lançando notícias, anúncios em rádios locais, bem como com a realização de uma Press Trip, com a vinda de jornalistas do Jornal Público — Fugas, Suplemento Life Style, ou Jornal do Folclore.

6. Com esta nova dinâmica e com novas e diferentes formas de comunicação, quisemos mostrar que o mesmo se trata de danças do mundo, que podem, e devem, ser assistidas por públicos de qualquer idade, numa autêntica simbiose e união de culturas, que passa muito ao lado de um espetáculo enfadonho e comum aos demais.

Foram também criados conceitos promocionais como “More than Folk” promovendo a ideia de partilha de experiências culturais que iam muito além do folclore.

Com objetivos definidos e, alguns deles trabalhados na Bolsa de Turismo de Lisboa, foi feita a apresentação do novo nome do festival e apresentação de pacotes turísticos, assim como do vídeo promocional e da data do evento e ainda algumas entrevistas a vários órgãos de comunicação presentes.

Video Promocional para a edição de 2016, apresentador na Bolsa de Turismo de Lisboa, realizado pelo o Dept. de Comunicação.

Foram feitos outros trabalhos promocionais como anúncios em autocarros, a circular em toda a ilha Terceira, sugestões de fundos para o espetáculo, assim como mapas do festival com as datas das atuações, tendo estes sido colocados nas cidades de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória e distribuídos em unidades turísticas, produção de programas de bolso com informação sobre todos os grupos participantes, entre outros.

Durante o festival, foi constituída também uma equipa que tinha vários propósitos: captação de imagens do festival, promoção dos vários eventos que iriam a decorrer, edição e partilha de imagens e vídeos das várias atuações através da gestão das várias plataformas promocionais, tais como as redes sociais, para além do acompanhamento aos jornalistas convidados.

Dept. de Comunicação do Folk Azores 2016 — Foto de Dept. Comunicação

Todos os dias eram partilhados nas redes sociais os vários eventos que iam decorrer, bem como imagens ou vídeos destes mesmos eventos, através de uma forma selecionada de conteúdos, com base nos conceitos e objetivos já apresentados.

O trabalho de captação e edição de imagem foi feito maioritariamente por jovens estudantes e voluntários açorianos.

Graças a uma equipa multi-disciplinada, focada e particularmente bem-disposta, todos este trabalho chegou a bom porto, tendo alcançado todos os seus objetivos.

Claro que, quando o conteúdo é bom, e o festival conta com mais de 30 anos de existência e com uma organização experiente e sem falhas, que sempre nos apoiou, torna-se mais fácil promovê-lo. E tudo isto foi a base para a construção deste trabalho.

Sebastião Medeiros.

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