Amar é como escrever.
Agarra-se ao lápis como instrumento fundamental da escrita. Mas se o rabisco vem a esmo nada significa.
Algumas vezes com o movimento do lápis acompanham algumas palavras soltas. Vez por outra elas trazem algo de dentro daquele que escreve. Mas isto ainda é obra imperfeita. Aquele que solta palavrinha por palavrinha na verdade não quer nada saindo de si, ao contrário: ele quer que tudo retorne para ele. Quer sentir-se satisfeito consigo mesmo.
Algumas vezes, pouquíssimas vezes, vemos aquele escritor que escreve tudo como se fosse seu último escrito. Ele escreve, lê, corrige, relê, faz tudo outra vez. Se fica ruim ele descarta e recomeça. Tudo isso demanda um esforço descomunal e que ao mesmo tempo é fútil, trabalho vão. Porque os bons escritos, como o amor, nascem da vulnerabilidade.