Confissões de um isolamento

Stefani Del Rio
Ensaios sobre a loucura
1 min readMay 11, 2020
Photo by Tonik on Unsplash

Minha rotina nessa vida de isolamento é todo dia, religiosamente, fazer uma vídeo chamadas com meus avós.

Mas confesso, com um pouco de remorso, que sempre que ligo começo a contar os minutos até desligar. Não que eu não os ame, muito pelo contrário. Usando as palavras do meu avô “eu os amo mais que a mim mesma”. Mas em todas as nossas conversas o tema gira em volta da pandemia, o que é justificável, óbvio. Mas também me deixa bastante ansiosa.

Ansiosa não só por lembrar de tudo que tá acontecendo e suas consequências. Fico ansiosa ao lembrar que meus avós moram 2 ruas acima da minha, e mesmo assim faz mais de um mês que não abraço, beijo e peço bença a eles. Que a rotina de todo sábado reunir a família na casa deles e almoçar juntos se rompeu. Nem sabemos quando vai voltar. E atualmente todo dia parece sábado, o que me faz ter mais saudades desse tempo que parece tão longe.

Talvez os dias se pareçam mais com um domingo, com a melancolia que se arrasta por todo o dia e faz morada ao seu lado durante a noite.

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