Dente-de-leão
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1 min readMay 20, 2020
Nasci na juventude um dente-de-leão
Que se dispersa e esparge os frutos
Com o mais gentil dos sopros.
Que bebe do sol como se fosse água,
Que vai pelo céu como sendo vento
E cai no mundo como faz a gente.
Eu não me quebrei com a chuva forte
E nem me dobrei com o peso da geada,
Mas me deixei levar por um macio toque
E gentil manuseio de mão delicada.
Ela me disse um desejo nobre
E soprou sobre mim firme e determinada,
E a despeito da sorte prestada de aporte,
Me esqueceu na calçada ao voltar para casa.