Imagem de René Schaubhut por Pixabay

Entre coração e mente

--

here’s a set of rickety stairs
In between my heart and my head
And there ain’t much that ever bothers going up them

Sempre que ouço essa música penso no quanto esse trecho tem a ver comigo.

Em como minha cabeça e meu coração seguem — quase sempre — em sentidos opostos. Talvez por isso ninguém tenha se atrevido a subir as “escadas” que separam uma coisa da outra,

Assim como diz a composição.

Sou tudo o que não pareço. Pareço tudo o que não sou. Alguns ficam incomodados, outros confusos.

Esse tipo de situação acaba fazendo com que tentemos entrar na cabeça de terceiros, para descobrirmos com que olhos nos veem, com que ouvidos nos ouvem, com que coração nos recebem.

É impossível sabermos tudo o que o outro vê e pensa; que caminhos suas suposições seguem.

No entanto, a ansiedade não faz concessões, ela vem, atropelando, chutando a porta da nossa calma e serenidade,

Berrando por uma resposta, rápida, precisa, satisfatória.

Então nos damos como perdidos, pensando que somos nós o problema numa hora, e os outros, noutra; tentando escolher o que mais importa: descobrir o rumo do coração alheio ou o rumo dos nossos próprios corações,

De forma que os conflitos mais íntimos cessem.

Eu nunca terei ciência real de nada, até que minha cabeça e meu coração conversem para, enfim, entrarem em um acordo.

Sabe-se lá quando.

A música citada chama-se The Element Of Surprise, da banda The Last Shadow Puppets.

--

--