Tirada em alguma manhã aleatória

Nascer do Sol

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Bruxa dos olhos verdes, futuramente irei lhe usar,
Te sentirei, flutuando na luz da aurora,
Aquela que me faz entender, me faz lembrar
Das más coisas que fizeram em outrora.

Meu amor, por favor, desculpe-me a demora
Um dia, ainda lhe exibirei ao mundo,
Mas esse tal não é o agora,
Pois o lugar ainda está imundo.

E como o burro entendeu, devo entender também,
Ninguém é obrigado aceitar a liberdade,
Dizer a verdade e nem fazer o bem;

Que nesse mundo de irreciprocidade
Os feios obrigam e os bonitos mentem,
Para depois dizerem que sentem saudade.

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Otavio Moura
Ensaios sobre a loucura

Na madrugada não me resta mais nada a fazer, a não ser escrever para não pensar em morrer.