Pena
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1 min readSep 17, 2018
Lanço a pena
Como quem risca o assoalho
à chave de fenda
Em sulcos garranchais
Deposito meus ais, meu sal
De lágrimas e suor os preencho
Sujo e emporcalho
Com palavras imodestas:
Concupiscente conspurcação do alvo
porcelanato ou papel que me cabe
Violento-o arisco
Ponho o risco à tábua a esmo
Com versos a ritmo presto
Num gargalhar que me veste
nos ares da primavera.
E assim me dispo em meu pecado
Limpo papel passo em contraste
Às letras e ao rabisco
inconteste.