Reflexão à la Shakespeare
Que haja mais histórias tristes e heroínas que se transformam em vítimas. Que haja o impasse brando do amor com perdão.
Os floreios não deveriam ser apenas na primavera, e o vinho dionisíaco deveria sempre ser festa.
Pulsos e dedos poderiam vir a ser gozo manuscrito, e percalços vividos poderiam ser melhor ouvidos.
As histórias quereriam ser melhor lidas, e possessões significam apenas maledicência. Os bordões quereriam ser palavras mágicas ou mantras, e emoções quereriam ser plenas.
A integralidade necessitaria ser ingênua, e o amadurecimento menos cheio de encalço. A velhice necessitaria ser hermética, e os devaneios chamados de intuição.
A mutualidade agressiva somente é passiva nas fraquezas egocêntricas de quem não busca a impermeabilidade. Sei que nada sei, na fluidez tão tênue do mundo, estamos dominados como idiotas!
Louvável cegueira de quem crê com olhos e menos pensa com o sentimento. Bocejam crucifixos no niilismo pauperrimamente imerso no realismo. Que nasçam mais antagonistas como eu e mais crueza embutida.
Ó natureza, eis que você talvez nem exista…