Imagem de Reto Gerber por Pixabay

Sonho do fim

Aldo Damasceno
Ensaios sobre a loucura
1 min readJun 13, 2020

--

Esses dias eu tenho sonhado bastante.

Com mulheres, zumbis, monstros, animais, de tudo um pouco.

Talvez seja o estresse, resultado da pandemia aliado aos sintomas psicólogos que carrego há quase três décadas.

Ou só medo. De um futuro que pode não vir. De um futuro que pode ser pior. Ou mesmo de não ter a oportunidade de consertar os erros que cometi contra mim e contra os outros.

Medo.

Medo de não ser perdoado por quem magoei, medo de não sentir vontade de amar de novo, medo ficar aonde estou, parado, estático, congelado, no tempo e no espaço. Medo de não ter força de vontade o suficiente em fazer o que devo fazer, medo de não querer que algo seja feito.

Medo.

É tudo tão estranho. Assustador.

Logo eu que já desejei que tudo acabasse, agora receio o fim do que ainda sequer despontou no horizonte.

O medo é inconstante, inconsistente, confuso.

--

--