Sons confundíveis
Me confundi com teus sons
Estariam me trazendo sins?
Sabia que teu sorriso amanheceria para me conquistar
E que serviria como instrumento de minha alma para debelar motins
Mas como esse embaraço me dominou?
Sentimentos tão interessados atrapalhavam a minha malícia
E gemidos desconexos, mesmo sendo os melhores tradutores
Se recusavam, sem razão, a servir como álibis de nossos desvarios
Para haver compreensão, precisávamos de corações assumindo seus enredos
Criando perspectivas para algumas poesias, essas, sim, nascidas alvoroçadas
Penso nos olhares deixando de ser periféricos para se tornarem indiscutíveis
Ou nos abraços, que diluíram ruídos mesmo quando corroídos pela saudade
Amargo era estar à margem de teus toques, a má argúcia desse amar caótico
Agora entendi a sua mensagem
Parecia cifrada, escondida numa estante
Quem sabe distante como aquele beijo incipiente
Teu sussurro carente, porém, nunca me deixou dúvidas, só intensidades
Por isso fomos adiante, em uivo errante, para muitos estridente
Sabido apenas por nós que era sonoro demais para permanecer como instante