Sons confundíveis

Léo Borges
Ensaios sobre a loucura
1 min readMar 16, 2019

Me confundi com teus sons

Estariam me trazendo sins?

Sabia que teu sorriso amanheceria para me conquistar

E que serviria como instrumento de minha alma para debelar motins

Mas como esse embaraço me dominou?

Sentimentos tão interessados atrapalhavam a minha malícia

E gemidos desconexos, mesmo sendo os melhores tradutores

Se recusavam, sem razão, a servir como álibis de nossos desvarios

Para haver compreensão, precisávamos de corações assumindo seus enredos

Criando perspectivas para algumas poesias, essas, sim, nascidas alvoroçadas

Penso nos olhares deixando de ser periféricos para se tornarem indiscutíveis

Ou nos abraços, que diluíram ruídos mesmo quando corroídos pela saudade

Amargo era estar à margem de teus toques, a má argúcia desse amar caótico

Agora entendi a sua mensagem

Parecia cifrada, escondida numa estante

Quem sabe distante como aquele beijo incipiente

Teu sussurro carente, porém, nunca me deixou dúvidas, só intensidades

Por isso fomos adiante, em uivo errante, para muitos estridente

Sabido apenas por nós que era sonoro demais para permanecer como instante

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