Tudo é Política

M.
Ensaios sobre a loucura
2 min readOct 2, 2018
Stephen Shore, Room 125, Westbank Motel, Idaho Falls, Idaho, July 18, 1973

Música é política. Amor é política. Tragédia é política. Sem tristeza, é política. Não cante agora, é política. A Tevê é política, a dança é política, o adolescente é política.
O mundo caindo aos pedaços. Política. O ódio é político. Toma forma.
A banda de carnaval é tiro. É arma de fogo no peito. Política é a maldade humana.
Manifesto. Piada. Diversão.
O agora é política. Enamorados têm termos e manual de instrução.

Rock N’ Roll é folk music, jogue no Google.
O ‘Boogie’ é política. A calça acima da cintura voltou.
Política é reciclagem. É o comercial da infância.

Tudo agora é política. A festa é passeata, é rebeldia. Andamos com medo, mamãe.
Melodia. Política. Andar de mãos dadas é política. Satisfação é política. Um pouco de mais nada, não temos mais nada.

Música repetida. A guerra é nas estrelas, a guerra é do sexo. Tudo é ‘political statement’. O vinil saiu de vitrola e foi pro Smart Phone. O ‘state’ mente.
A gente ouve duas coisas ao mesmo tempo, e toca no mesmo ritmo. Porque harmonia é política, e a falta também.
Meu trabalho chato no escritório também é política.
Aquela garota é uma bomba de cereja e os meninos não podem chorar. Não podem, é sério, é política.

Bebam água, a pele é política. Levem lanche, política é fome. Fome. Fome de poder. Poder é política.
O amor próprio é política. Estamos contra o grito. O corpo é poesia, e poesia é política.

Marcha é política. Grande, pequena, ou média. Tudo é política, jovem. Juventude é política. Envelhecer também.

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