você é um personagem das histórias que inventei sobre a vida
não há palavras em peito vazio
músicas ressoam em vão
ainda lembro de como era bom te amar
agora sem nada pra sentir
a luta que o peito trava é pra não morrer
mas eu morro
tenho morrido um pouquinho
todo dia
não tem nada que possa dizer
gosto de me imaginar sozinho
é um conflito entre me amar e te amar
ou só me amar
meu peito, vilão, me trancou por dentro
dói não sentir
dói lembrar que te senti
não diga nada
se me ver, sorria
teu peito ainda é vivo - capaz de sentir
trouxa sou eu que me rendi a sorte
vai lá e vive
come alguém
ama alguém
sorri pra alguém do jeito que me sorriu
não me espera porque já morri
cada dia morro mais
talvez eu viva de novo
mas que eu aprenda viver sem você
costumo pensar que pra viver é importante morrer
a beleza de viver é essa
morrer enquanto respira
morrer enquanto o tempo passa
morrer até saber viver
quando viver, morrer
fazem três meses que saltei dos teus braços pra nunca mais voltar
faz um ano que te declarei vida eterna
faz cinco anos que chorei pelo primeiro amar
a vida é um ciclo menos simbólico do que pensei
e eu na verdade nada sei
apenas queria dizer
segue tua vida
segue
e me deixa aqui escrevendo sobre você