Coisas dos 45

quando as coisas mudam, os sentimentos devem acompanhar essas mudanças

Eduardo T’Ògún
Entre Aspas
2 min readFeb 6, 2018

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Eu sei que sou livre para escolher o que eu desejar, minhas decisões são tomadas com coragem, desprendimento, e — às vezes — com uma certa dose de loucura.

Eu aceito minhas paixões, e as desfruto intensamente. Sei que não é preciso renunciar ao entusiasmo das conquistas, elas fazem parte da vida. Mas jamais perco de vista as coisas duradouras, e os laços criados com solidez através do tempo.

Sei distinguir o que é passageiro, do que é definitivo.

Eu não tenho pressa. O tempo trabalha a meu favor. Ando devagar porque quero notar a firmeza de meus passos e preciso transformar a mim mesmo antes de transformar o que está ao redor. Lembro das palavras de Lanza del Vasto: “Uma revolução precisa de tempo para se instalar.”

Por isso, não vou colher o fruto enquanto ele ainda estiver verde.

Vou amar quem me ama, esquecer quem não me quis, e mostrar a quem me odeia o quanto é prazeroso estar feliz.

A vida é uma competição, então apenas corro. Não estico a perna para derrubar meuadversário.

Nunca falo demais sobre minha vida pessoal para pessoas que eu não levo fé. Vivemos tempo difíceis: o cego começa a ver, o mudo começa a falar e o surdo a ouvir.

Me cuido mais do que nunca para me merecer também.

Não vou forçar a minha presença a quem não faz questão dela, não vou esmurrar a porta de quem a trancou por dentro.

Não corro atrás de quem corre de mim, nem tento chamar a atenção de quem pouco se importa com o meu coração. Me valorizo o máximo que eu puder.

Coisas dos 45…meio amargo. Mas ainda chocolate.

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Eduardo T’Ògún
Entre Aspas

Iniciado no Candomblé há mais de 30 anos, estudioso do Culto Egungun, geminiano, inquieto e estabanado.