Coisas dos 45
quando as coisas mudam, os sentimentos devem acompanhar essas mudanças
Eu sei que sou livre para escolher o que eu desejar, minhas decisões são tomadas com coragem, desprendimento, e — às vezes — com uma certa dose de loucura.
Eu aceito minhas paixões, e as desfruto intensamente. Sei que não é preciso renunciar ao entusiasmo das conquistas, elas fazem parte da vida. Mas jamais perco de vista as coisas duradouras, e os laços criados com solidez através do tempo.
Sei distinguir o que é passageiro, do que é definitivo.
Eu não tenho pressa. O tempo trabalha a meu favor. Ando devagar porque quero notar a firmeza de meus passos e preciso transformar a mim mesmo antes de transformar o que está ao redor. Lembro das palavras de Lanza del Vasto: “Uma revolução precisa de tempo para se instalar.”
Por isso, não vou colher o fruto enquanto ele ainda estiver verde.
Vou amar quem me ama, esquecer quem não me quis, e mostrar a quem me odeia o quanto é prazeroso estar feliz.
A vida é uma competição, então apenas corro. Não estico a perna para derrubar meuadversário.
Nunca falo demais sobre minha vida pessoal para pessoas que eu não levo fé. Vivemos tempo difíceis: o cego começa a ver, o mudo começa a falar e o surdo a ouvir.
Me cuido mais do que nunca para me merecer também.
Não vou forçar a minha presença a quem não faz questão dela, não vou esmurrar a porta de quem a trancou por dentro.
Não corro atrás de quem corre de mim, nem tento chamar a atenção de quem pouco se importa com o meu coração. Me valorizo o máximo que eu puder.
Coisas dos 45…meio amargo. Mas ainda chocolate.