Bons feitos, do jornalismo à culinária

Larissa Martins
EntreFios - tecendo narrativas
4 min readAug 10, 2022

Ex-repórter da TV Verdes Mares e hoje proprietária da confeitaria Bem Feito da Gis, Gisleine Carneiro conta como foi sua transição para o mundo dos bolos

Por Larissa Martins

Gisleine Carneiro à frente da sua loja “Bemfeito da gis”/ Larissa Martins

Quando se pensa na palavra “década”, é comum associá-la a um longo período de tempo. Para Gisleine Carneiro, o período de dez anos significou o tempo dedicado à sua profissão de formação, a comunicação, área que se demonstraria fundamental para atuar no universo dos bolos. São eles que diariamente roubam cliques nas redes sociais da confeitaria Bem Feito da Gis, chamando a atenção pela superprodução de mais uma empreendedora cearense.

Por reconhecer o papel das mídias no cenário atual, a ex-repórter identifica o leque de oportunidades geradas por elas e, assim, oferece, por meio de suas postagens, sua própria identidade e personalidade para o seu negócio, sendo essa uma das bases do seu atual empreendimento.

A antiga apresentadora do quadro Meu Bairro na TV , do telejornal CETV, da TV Verdes Mares, de Fortaleza, vê no apogeu das plataformas algo muito positivo no seu trabalho, compartilhando sua vida pessoal e profissional, sempre por meio do bom humor e da superação dos perrengues. Uma empreendedora real.

Sabendo do seu papel, ela comenta a respeito do mercado cada vez mais competitivo no mundo globalizado, reconhecendo as qualidades das pessoas proativas e comunicativas, a exemplo daquelas que trabalham na sua equipe. E, a partir desses destaques, ela ressalta a importância da boa convivência na condição de chefe, junto ao seu time, uma de suas prioridades dentro do local de trabalho.

A mãe da Maria e do Gilberto tenta administrar seu tempo dedicando-se ao trabalho e à família de modo equilibrado. Ciente de todo o seu corre-corre, ela afirma fazer suas escolhas todos os dias sempre tentando balancear e equilibrar sua rotina, sem esquecer de um dos seus maiores elos, a família.

Ela recorda que sua mudança para o meio gastronômico não recebeu, em princípico, o apoio de seus familiares. Passou cerca de dois anos se preparando para sair da televisão. Entre os que lhe incentivaram, está seu marido, André, que abraçou seu sonho.

Entre outros fatores para o seu sucesso no ramo, a habilidade de se comunicar é compreendida pela quixadaense como um dos pontos fortes na construção do Grupo Gis.

Já no momento da transição profissional, era perceptível o poder da comunicação, o saber falar, cumprimentar pessoas de diferentes posições de igual para igual, entrando e saindo da vida delas de uma forma muito profissional.

Sua trajetória no telejornalismo foi fundamental na hora de encarar o telefone como uma câmera, à frente da qual não se envergonha. Esse foi seu grande trampolim.

Quem consegue ser jornalista consegue ser qualquer coisa, garante ela. Afinal, o jornalista luta contra o tempo, tendo que ser rápido e saber lidar com situações de pressão, não podendo errar.

Ao traçar um paralelo entre as duas profissões, ela demonstra estar ciente dessa busca pela perfeição, demonstrando saber lidar com o estresse, principalmente nas comparações constantemente realizadas dentro do seu meio profissional.

Rótulos e achismos fazem parte dessas comparações. Demonstrando a sua chateação, Gis fala sobre as especulações que algumas pessoas fazem a seu respeito desde que decidiu deixar as câmeras e as gravações, principalmente quando tudo começou a dar certo.

“‘Ah, eu acho que deu certo porque ela sempre foi rica’. Não! ‘Eu acho que é porque o marido dela tem dinheiro’. Não! ‘Eu acho que é porque ela veio do jornalismo, ela já era famosa’. Não!”, rebate todos os comentários maldosos que costuma ouvir a seu respeito.

Ao refletir sobre tais especulações, ela questiona quais teriam sido os comentários se seu empreendimento não tivesse decolado. Justamente por ser reconhecida, por ter sido repórter de TV, se houvesse erros em seu trabalho atual, a repercussão teria sido ainda maior.

“Ainda hoje, por conta do jornalismo e da repercussão, eu nunca me permiti errar, eu não posso errar”, desabafa, ao recordar que, dificilmente, esse outro lado é levado em consideração.

Além dos desafios atuais, em meio ao mundo dos negócios, entre grandes empresários e forte concorrência, Gisleine revela adorar seus concorrentes, considerando a competição como algo muito válido, equiparando a euforia provocada pelo mundo dos negócios à prática do telejornalismo.

Ela explica que não existe uma justificativa para as pessoas que criticam seu trabalho: “Não existe justificativa! Existe trabalho!”. Ao escolher esse ritmo, ela revela sua paixão pelo que faz.

“É uma escolha minha, assim como eu também escuto muito ‘Não sei como você aguenta’. Gente, eu adoro esse ritmo, eu adoro. É isso que me move. Então qual é o segredo? É trabalho!”, assegura.

A confeitaria Bem Feito da Gis fica na avenida Eusébio de Queiroz, 2715, no bairro Tamatanduba, na cidade de Eusébio, Ceará.

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Larissa Martins
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Estudante do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) Bolsista na Pró-Reitoria de Cultura da UFC Vez por outra posto alguma coisa aqui!