Cante lá, que ele canta cá

Natural de Baturité, Mateuzinho do Acordeon teve, desde muito jovem, o incentivo herdado de seus pais para adentrar no mundo da música, da poesia e da cultura nordestina

Por Lucas Vieira

Mateuzinho do Acordeon é formado em Música pela UFC / Arquivo pessoal

A tarefa mais complexa ao se traçar o perfil de um indivíduo é fazer de tal forma que, apesar da simplicidade das palavras do perfilado, seja possível entender que ali contém um ser humano que busca a superação de seus obstáculos sem querer parecer um super-herói dotado de privilégios e habilidades que outras pessoas não possuem.

E foi a simplicidade do indíviduo comum que eu encontrei na história resumida de Mateus Simião, mais conhecido por seu nome artístico, Mateuzinho do Acordeon.

Nascido em 11 de novembro de 1998, na cidade histórica de Baturité, a cerca de 90 km da capital cearense, Mateuzinho desde muito jovem teve o incentivo herdado de seus pais para adentrar no mundo da música, da poesia e da cultura nordestina como um todo. Fato esse que é contado com bastante satisfação pelo artista.

Seu pai, cearense e grande admirador da arte proveniente de sua terra, nunca mediu esforços para moldar a formação cultural de seu filho. Apresentou-lhe, desde cedo, a beleza da tradição local, principalmente advinda de grandes expoentes da música, tais como Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Mal sabia ele que ali também plantava uma semente que traria muita felicidade para o nosso povo.

O jovem músico, ao lado de seus pais, teve de passar por várias mudanças em sua vida, a começar por sua primeira infância, quando teve de se mudar para Fortaleza para dar início ao tratamento do controle do glaucoma, doença que adquiriu quando ainda era um bebê. E, por sua vez, também dar prosseguimento aos estudos no Instituto de Cegos.

No entanto, aquilo que parecia ser incerto segundo o modo de reagir diante das dificuldades adotado pelo senso comum, uma nova semente foi plantada e Mateuzinho ali, na instituição que lhe acolhera, foi presenteado com suas primeiras aulas daquela que se tornaria sua grande aliada: a sanfona.

Formado em Música pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mateus recebeu o convite para integrar a Academia de Letras e Artes da Sociedade de Assistência aos Cegos (Alasac), tendo como patrono o poeta Patativa do Assaré.

Mateuzinho do Acordeon cresceu e evoluiu, tanto como artista, quanto como ser humano, com o apoio de seus pais e de uma sólida fé.

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