“Educar vidas para que possam viver melhor”

Antonio Breno Nascimento
EntreFios - tecendo narrativas
2 min readFeb 19, 2022

Desde as brincadeiras de escolinha durante a infância, Sandra sempre teve a certeza que um dia seria professora

Por Antonio Breno Nascimento

Sandra / Arquivo pessoal

Quando criança, Sandra ansiava por frequentar a casa das amigas e brincar de ser professora. Anos mais tarde, em 1996, ganhou sua primeira turma. O início da profissão, assim, concretizou todos os ensaios da juventude.

A faixa da alfabetização é a favorita. O olhar curioso de crianças de 6 e 7 anos conhecendo as letras revivem os bons sentimentos presentes em sua própria infância.

Passou cerca de 5 anos na primeira escola em que trabalhou, até que, em março de 2001, passou no concurso para lecionar em uma instituição pública. Devido à falta de atenção governamental em diversos espaços da educação, agora, os desafios seriam outros.

Muitas vezes, viu alunos deixando de frequentar as aulas por diversos motivos sociais.

Mas também percebeu, felizmente, algumas mudanças ocorridas na estrutura da educação. Nos últimos anos, o cardápio é feito por nutricionistas, e o governo tem investido melhor no professor e nos alunos. Esses avanços incentivam o gosto do aluno pelos estudos, o que, em sua visão, é uma das principais missões do profissional.

A maior alegria como professora é encontrar os alunos já crescidos e, principalmente, quando percebe que eles continuaram no caminho da educação.

Frequentemente, interage com ex-alunos nas redes sociais ou esbarra sem querer em ambientes de trabalho e percebe quanto o tempo passou. Ensinou as primeiras letras para aquelas crianças há anos e, hoje, descobre que ingressaram na universidade. Em muitos casos, sendo esses ex-alunos os primeiros da família a iniciar a vida acadêmica.

Um ponto comum entre todos os alunos que lembram de Sandra é a forma como a tratam, de “tia Sandra”. Nunca pediu para ser chamada dessa forma, pois se apresenta como “professora Sandra”. Porém, naturalmente, pais e alunos, percebendo o carinho que ela possui pelas crianças, só a reconhecem assim.

Não só os alunos atuais a chamam de “tia”, mas também ex-alunos. Ela será para sempre a professora dos alunos, independentemente de ainda assistirem ou não às suas aulas.

Atualmente, ensina em uma escola pública na Sabiaguaba, bairro de Fortaleza. E, após 26 anos de profissão, com ainda algum tempo pela frente, não existe alegria maior do que perceber os frutos de seu trabalho.

“Educar vidas para que possam viver melhor”. Esse é o lema que orienta todas as funções dentro da escola, dentro da educação e, principalmente, dentro da vida dos eternos alunos que a tia Sandra possui.

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