“Não esperava me encontrar tão rapidamente assim”

Timidez é uma característica que, geralmente, não associamos a uma profissional da comunicação; no entanto, esse é um traço notório em Yasmin Louise — ou Yas, como prefere ser chamada

Davi Eufrasio
EntreFios - tecendo narrativas
3 min readDec 2, 2023

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Por Davi Eufrasio

Aos 18, Yasmin Louise escolheu jornalismo aos 45' do segundo tempo, apesar de sempre ter sido “apaixonada” pela comunicação / Davi Eufrasio

Nascida na cidade de Fortaleza em 2004, Louise encontrou dificuldades durante a infância. Apesar de ser a mais velha entre quatro irmãos, ela não tinha uma relação de “amizade” com eles, não exercendo uma comunicação dentro de casa — ocasionada também pela ausência dos pais.

Aos 10 anos, Yas começa a estudar em uma nova escola onde não conhecia ninguém. Ela se viu obrigada a “mudar isso” e encontrar uma maneira de fazer novos amigos. Passou a integrar o clube de leitura e escrita da escola, espaço no qual começaria a exercitar a comunicação, interagindo com crianças que já eram “muito extrovertidas” e também que compartilhavam “da mesma timidez” que a dela.

Ela define a si mesma como uma pessoa que está em “uma constante busca de meios para se expressar melhor” devido a esses contratempos. Para ela, “se tornou muito mais fácil” desenvolver essa comunicação em público por meio das participações nesses grupos e, também, no teatro, no qual iniciou aos 13 anos.

“Eu deixei de ser aquela Yasmin que não conseguia nem abrir a boca pra falar com os coleguinhas” / Arquivo pessoal

Próximo ao processo de escolha da futura profissão, Yas se “fechou” para a escolha de dois possíveis cursos: Direito ou Psicologia. A graduação em Jornalismo foi cogitada, mas ela decidiu “riscar” da lista.

“Tudo que eu queria pra minha vida se voltava pra comunicação, não só para o jornalismo em si, mas eu nunca tinha percebido porque eu ignorava. Literalmente risquei. Mas, por influência da minha mãe, eu pensei mais um pouco e percebi que o Jornalismo é uma área muito vasta e tudo que eu quiser fazer consigo no Jornalismo. E, quando eu fui aprovada e passei pela SDR [semana de recepção], eu chorei por três horas seguidas, porque eu tive certeza de que era Jornalismo”.

“A gente tá entrando numa fase em que o jornalista precisa se reafirmar como jornalista” e, mesmo com a não obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão, Yasmin Louise optou por cursar a graduação em jornalismo na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Eu nunca entraria em um emprego que eu não seja capacitada teoricamente pra isso” e ela tem medo que a falta de jornalistas capacitados no mercado possam ter consequências na sociedade.

Atualmente no segundo semestre do curso, ela se sente como “se tivesse dois empregos” e estivesse em “duas redações diferentes”, devido às altas demandas de trabalhos acadêmicos tão “divergentes” uns dos outros. Ela, que é torcedora do Tricolor do Pici e tem como inspiração a jornalista Isabela Pagliari, cogita seguir o jornalismo esportivo. “Eu serei a nova” versão dela. Mas, ao mesmo tempo, pensa em todas as possíveis áreas, desde a política ao cotidiano, o que se dá pelo medo das poucas oportunidades de emprego. “Eu acompanhava a Isabela conquistando o respeito das pessoas fazendo o que ela amava”.

Ao pensar sobre o futuro, ela se imagina “cobrindo a final da Libertadores em que o Fortaleza ganha”. Mas não apenas isso. Ela almeja poder acompanhar o time pelo qual torce desde que nasceu — por influência de sua tia, Luiza.

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Davi Eufrasio
EntreFios - tecendo narrativas

Estudante de jornalismo da Universidade Federal do Ceará, discente voluntário nos projetos de extensão: Gruppe TV e RTB Network.