“Há cinco anos, eu era apenas um espectador”

Lidia Hellen
EntreFios - tecendo narrativas
3 min readOct 30, 2020

Presidente do Conselho de Cultura de Pacajus, o artista visual Miro Faheina fala sobre sua trajetória e seus projetos na cidade, na Região Metropolitana de Fortaleza

Por Lídia Hellen

Miro Faheina se encontrou no desenho em 2018 / Arquivo pessoal

Miro Leandro Faheina iniciou no meio artístico bem cedo. Aos 15 anos, começou a escrever suas primeiras histórias.

Sua paixão por livros e filmes o levaram a escrever roteiros, mas somente em 2009 publicou seu primeiro livro infanto-juvenil, Omnia Vincit Amor (“O amor vence a tudo”, em latim), pelo Clube dos Autores.

O artista hoje tenta conciliar uma tripla jornada profissional, trabalhando na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) durante o dia; aventurando-se em algumas artes nas horas vagas; além de assumir recentemente a presidência do Conselho de Cultura de sua cidade natal, Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza.

Focado hoje nas artes visuais, Miro trabalha no segmento da pintura a óleo em tela de algodão. “É onde eu me encontrei mais para expressar a minha arte, mas eu também me aventuro, inclusive, em escultura. Eu escrevo muito, eu gosto muito de escrever”, detalha.

Em 2018, Miro se encontrou no desenho. “Sempre gostei de desenhar, mas em 2018 eu percebi que eu gostava muito, que eu conseguia fazer uma expressão muito verdadeira do que eu sentia, através principalmente da pintura a óleo. Eu também pintava com outros materiais”, explica.

Vindo de uma família cheia de artistas, ele conta sobre quão importante foi o incentivo dos seus pais no seu trabalho. “Minha família, tanto a do meu pai, quanto da minha mãe, tem uma veia artística muito grande: tem poetas; tem músicos da parte do meu pai, que é onde eu me inspirei mais; tem meu avô, ele era um multiartista, era diretor de teatro, era ator, cenógrafo. E eu meio que herdei essa curiosidade pela arte”, relata.

Com seu filho, de 6 anos de idade, não é diferente. “Assim como o meu pai fez comigo, toda manifestação artística que é própria dele eu tento deixar livre, porque eu acho importantíssimo essa palavra dentro da arte, a liberdade artística”, considera.

Pôster do filme 5 Minutos / Reprodução

Sua produção mais recente ainda está sob suspense. Será um longa-metragem intitulado “5 Minutos”. Percebendo a necessidade de uma produção audiovisual na cidade, Miro ousou em fazer um filme de terror com mais cinco amigos.

“É produção bem independente. Vem tentando evocar essa identidade em Pacajus e tentar dar o primeiro passo nessa produção audiovisual, porque às vezes eu vejo que muita gente tem essa ideia, e eu tinha isso de que produção de cinema era algo inalcançável. Eu quero mostrar que dá para ser feito com pouco recurso”, considera.

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