Maternidade tardia anda lado a lado com o medo

Hanna Gabrielly
EntreFios - tecendo narrativas
3 min readDec 4, 2023

Maria Gervânia Rocha Queiroz passou três vezes pela maternidade, mas, na última, o medo tomou conta dos seus pensamentos

Por Hanna Queiros

Gervânia e sua filha mais nova, Maitê, em 2023 / Arquivo pessoal

A maternidade é mágica, e Gervânia Queiroz sabe muito bem disso. Seu primeiro filho nasceu quando ela tinha 19 anos, em 1997. O segundo, dessa vez uma menina, nasceu em 2005, aos seus 27 anos. Já é perceptível a grande diferença de idade entre os dois primeiros, mas o foco desta história começa 16 anos depois, em 2021, com o terceiro parto, de mais uma menina.

Há quem diga que “ser mãe é padecer no paraíso”, ou seja, para alcançar a plenitude de uma mulher, esta precisa passar pela maternidade. A chegada de um bebê pode ser descrita por muitas mães como uma sensação mágica, mas, para Gê, como Gervânia prefere ser chamada, sua última gestação foi complicada, por estar em seus quarenta e um anos de idade.

Gervânia, já na reta final da gravidez, e seu marido em 2020 / Arquivo pessoal

Quando descobriu, em abril de 2020, que estava grávida, foi um choque e tanto para Gê, pois, além de não estar esperando por aquilo, o mundo estava no início da pandemia de covid-19. Diversos pensamentos passavam por sua cabeça; entre eles, sobre como seria criar uma bebê com uma diferença de 15 anos de idade em relação à segunda filha.

“Eu me senti desesperada, por conta de os filhos já estarem praticamente criados, por conta da idade, com medo da criança vir com algum problema, durou alguns meses para poder me acostumar com a ideia de estar grávida de novo, fui aceitando mais”, é como Gervânia descreve a sensação que teve naquele ano. Gê pesquisava, quase que diariamente, sobre os riscos de passar por uma maternidade tardia, que nada mais é do que mulheres grávidas entre 40 e 44 anos.

Se você pesquisar na internet sobre gravidez de risco, há diversas doenças e más formações que podem acontecer com o bebê, e o que mais preocupava Gervânia era a síndrome de down, pois na sua família tinha um caso bem próximo, o de sua sobrinha. A angústia foi passando após as ultrassons que não mostravam nenhuma anormalidade com o feto e, na última, feita em 24 de setembro de 2020, a família descobriu que estavam esperando uma menina, que mais tarde seria chamada de Maitê ou pelo único apelido que aceita ser chamada hoje, Tê.

Maitê nasceu em 17 de janeiro de 2021, de parto normal. “Depois que ela nasceu, foi só felicidade. É a felicidade da casa”, conta Gê. Hoje, é possível perceber que o medo foi deixado de lado, e a ansiedade pelo crescimento da pequena foi tomando de conta da família.

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