Os sentimentos ligados ao interior

Wendel Souza
EntreFios - tecendo narrativas
2 min readDec 5, 2023

A vivência daquela que traz consigo uma história repleta de simbolismo e carrega a paixão por contar sobre suas raízes

Por Wendel Souza

Maria Valquiria nasceu e se criou em Santana do Acaraú / Acervo Pessoal

Ela diz que não tem muita história para contar, já que teve uma vida simples cercada por uma criação baseada no tradicionalismo sertanejo. Ao longo da conversa, prova-se o contrário. E quem confirma isso é este vos escreve.

Foi no lugar mais cômodo da nossa casa que ela decidiu iniciar, por si só, o nosso diálogo. Sentada à mesa e com uma xícara de café, começou a me falar sobre sua infância. Naquele instante, o que para ela se tornou a oportunidade de dissertar a respeito de sua vida, foi o ponto de partida necessário para eu conhecer a Maria Valquiria de Souza além dos meus 22 anos de existência.

Nascida e criada em Santana do Acaraú, Valquiria cresceu em uma região interiorana até o início de sua vida adulta. Nesse período, conta que conheceu muitas pessoas e viveu diversas experiências, enfatizando o forró como o aprendizado mais importante, diga-se de passagem. Hoje, tem no pai a referência familiar que precisa para sempre se reconectar com a sua terra.

Aos 18, mudou-se para a capital do Ceará e conheceu o atual companheiro, aquele com quem tem dois filhos e vive até hoje.

Foto: Acervo Pessoal

Atualmente mora longe das origens, mas não perde a chance de olhar com afeto para sua trajetória e destacar o carinho que tem pela sua cidade natal. A saudade que se faz presente no seu dia a dia parece não existir ao fazer a viagem anual para rever todos os parentes de lá.

No momento em que citava seu passado, o brilho dos olhos verdes dessa mulher foi capaz de evidenciar a força com que cada detalhe das histórias fosse fundamental para a construção de quem é hoje.

Perguntei, despretensiosamente, se teria alguma palavra que definia Maria Valquiria de Souza. A resposta foi: paz! E (talvez) ninguém melhor do que eu mesmo para confirmar que isso é verdade.

No fim, o café sobrou quase todo na xícara. E um agradecimento genuíno tomou de conta da entrevista, reforçado por uma demonstração de carinho por meio de um “eu te amo”.

--

--