Filme Rua do Medo traz final surpreendente para trilogia

Mateus Macêdo
EntreFios - tecendo narrativas
3 min readJul 29, 2021

[RESENHA] Último longa da trilogia de terror da Netflix nos transporta para 1666 para explicar o que causou a maldição na cidade de Shadyside

Por Mateus Macêdo

Foto: Divulgação/Netflix

Após os acontecimentos de 1994 e 1978, “Rua do Medo:1666”, último longa da trilogia de filmes de terror da Netflix dirigida por Leigh Janiak, é responsável por nos transportar para 1666 e explicar o que causou a maldição na cidade de Shadyside.

No filme, Deena (Kiana Madeira) é transportada para as memórias dos últimos dias da misteriosa bruxa Sarah Fier, no século 17. Ela vive no condado de Union, ainda longe das divisões entre Shadyside e Sunnyvale, cercada por colonos que são interpretados por outros atores que já vimos na saga, como Olivia Welch, Sadie Sink e Fred Hechinger.

Enquanto seus antecessores homenageiam o terror noventista de “Pânico” (1996) e a era de ouro do terror “slasher” de “Halloween” (1978) e “Sexta-feira 13” (1980), o longa “Rua do Medo: 1666” tem uma ambientação de terror folclórico europeu, influenciado por obras recentes, como “A Bruxa” (2015) e “It Comes At Night” (2017).

O longa acerta em não ter medo de deixar o terror em segundo plano e focar no drama. Com isso, a diretora consegue aprofundar personagens e motivações que ainda não estavam tão maduras nos filmes anteriores. Agora, podemos entender melhor personagens como Deena (Kiana), Sam (Olivia Welch) e até Sarah Fier (Elizabeth Scopel), que antes nos era apresentada como vilã. Conseguimos, ainda, entender o princípio de inúmeros conflitos.

Essa escolha de Leigh Janiak acabou permitindo também que ela explorasse discussões que são de extrema importância na atualidade como o fanatismo religioso, a homofobia e o machismo. A bruxa, na verdade, era apenas uma jovem que tinha se apaixonado por uma garota, enquanto o verdadeiro vilão era um homem ambicioso. Apesar de não ser um plot twist extremamente criativo, ele funciona bem na trilogia e consegue ser surpreendente, fato que inclusive é um dos grandes pontos positivos do filme.

Reprodução/Netflix

Na segunda parte do filme, voltamos a 1994 para terminar de vez com a maldição que afeta Shadyside. Nesse ato, o drama que a primeira parte do filme traz se transforma novamente no terror-comédia que é apresentado no primeiro filme. Apesar de finalizar bem o filme, essa parte poderia ter tido um tempo de tela maior, pois as conclusões acabam sendo apressadas.

“Rua do Medo: 1666” conclui muito bem a trilogia de filmes de terror da Netflix. Ele encerra o arco de vários personagens de uma forma interessante e entrega um longa divertido, assustador, cheio de momentos emocionantes e engraçado na medida certa.

A trilogia como um todo tem uma história empolgante e divertida e que, para além da diversão, traz questionamentos que são muito importantes. São ótimos filmes para assistir e se divertir, sem pretensão nenhuma de atingir os espectadores com arrogância.

Assista o trailer da trilogia:

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