Um é bom, mas e dois? Já é demais?
[RESENHA] Segunda temporada da série teen Eu Nunca, da Netflix, está repleta de representatividade racial, LGBTQIA+ e assuntos sensíveis como o luto e até mesmo transtornos alimentares
Por Mariana Bueno
No último dia 15, foi lançada a segunda temporada da série Eu Nunca (Never Have I Ever, no original). A obra é uma produção original da Netflix que estreou em 21 de maio de 2020. A série conta a história de Devi (Maitreyi Ramakrishnan), uma adoslescente dos Estados Unidos de origem indiana.
Acompanhamos seus conflitos familiares, amorosos e escolares logo após a morte de seu pai, quando Devi decide viver o que a gente vê nos filmes de High School estadunidenses: namorar o cara mais popular da escola. Ela se considera uma nerd flopada e tem até um rival. Passa por conflitos com a mãe e com as duas melhores amigas, Fabiola (Lee Rodriguez) e Eleanor (Ramona Young).
A série bombou com sua primeira temporada. Ao todo, 40 milhões de contas de membros em todo o mundo assistiram à produção durante suas primeiras quatro semanas. E não demorou muito para ser renovada para sua segunda temporada, estreando em 15 de julho com 10 episódios de 30 minutos cada.
A temporada já começa em seu auge, com várias informações e plots que serão destrinchados ao decorrer dos episódios. Foi bem rápido de assistir, já que todo final de episódio você fica querendo mais e mais. Temos também a introdução a uma nova personagem, Aneesa (Megan Suri), uma nova garota indiana da escola.
Enquanto a primeira temporada mostra o processo de luto da Devi e sua mãe, seus dramas escolares com uma pitada de romance — tensão sexual seria mais exato —, a segunda temporada fala mais do amor e do romance de quase todos os personagens. Vai de relacionamentos maduros com a mãe de Devi, permitindo-se gostar de alguém novamente, a um relacionamento tóxico em que sua amiga acaba entrando, além de um relacionamento entre três pessoas (duas delas não sabem que estão em um triângulo amoroso).
Assim como a primeira temporada, a segunda está repleta de representatividade racial, LGBTQIA+ e assuntos sensíveis como o luto e até mesmo transtornos alimentares. O desenvolvimento dos personagens principais foi bem evidente durante os dez episódios, cada um conseguiu ter o foco que merecia e foram bem escritos para esse retorno.
A protagonista em suas ações basicamente permanece a mesma da primeira temporada, tomando decisões impulsivas e sem pensar nas consequências — o que, sinceramente, chega a irritar demais — , mas também amadurece lá para o fim da temporada (finalmente).
Foi uma segunda temporada incrível com diversos pontos positivos citados acima, entre outros que, se eu contasse aqui, talvez perdesse a graça de Eu Nunca. Apenas destacaria como “negativo, mas nem tanto” a inconsequência de Devi. Contudo, por se tratar de uma série teen, dá para aguentar e assistir a tudo numa boa.