Unidos da Netflix é a grande campeã do meu Carnaval

Não fiz nada, e isso foi tudo.

Acordei, Feliz 2018. Pisquei os olhos, Carnaval.

Abri o Instagram na manhã de sábado e vi os stories das pessoas que sigo. Parece que todo mundo foi para o litoral com os amigos e para o interior com a família. Alguns se programaram para curtir a folia, de camarote, no Rio de Janeiro. Outros, em Salvador.

Eram 11h da manhã e eu ainda estava na cama, mal sabia o que comeria no café. Por um momento vi que não estava aproveitando o feriado como deveria. Será que não?

A vida perfeita de Instagram é um ótimo método para diminuir a autoestima. Quando abre o feed, você acha que todo mundo tá mais feliz e melhor que você. E não é bem assim. Não é mesmo.

Todos os instagramers pareciam estar mais felizes que eu por não ficarem em suas casas, mas lembrei que ficar em casa fazendo “nada” (colocam-se muitas aspas nesse nada) também é bom. Convenhamos, é ótimo!

Fechei o aplicativo e pensei: “ah! Que bom que tá todo mundo curtindo o feriado! Quer saber? Eu também tô!”

Acostumada com a folia do dia a dia, mais agitada que samba, cheia de blocos de rua ininterruptos nos quais corro para tomar água e retocar o glitter. Achei que ficar deitada e sozinha, intercalando sonecas, séries e filmes, fosse negativo. Estava enganada, é preciso viver a calmaria para continuar a sambar.

Fechei o Instagram e abri os grupos do WhatsApp, vi que muitas pessoas também acompanharam o desfile da Unidos da Netflix na cama-rote do maratonódromo. Até me animei, já tínhamos um bloco! Cada um na sua casa.

Antes, me arrependi por não ter colocado os pés na estrada como muitos amigos fizeram. Mas, depois, fiquei feliz por me permitir ficar em casa e ter um tempo de silêncio e cuidado comigo.

Esse foi o meu Carnaval, o melhor da vida. E se ficar deitada significa não fazer nada, vou dizer pra todo mundo: não fiz nada, e isso foi tudo.

✍️💛